Itália registra alta recorde de entrada de imigrantes no biênio 2023-2024

Nos anos de 2023 e 2024, 760 mil estrangeiros se registraram como residentes na Itália, um aumento de 31% na comparação com o biênio anterior.

Por Chico Gomes | GNEWSUSA

A Itália registrou nos anos de 2023 e 2024 os números mais altos da última década em relação aos estrangeiros que passaram a viver no país. Essa situação migratória pode ter relação com a dinâmica do mercado de trabalho interno e com a crise demográfica que o país e a Europa enfrentam.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (Istat), nos últimos dois anos 760 mil imigrantes se registraram como residentes na Itália, uma alta de 31% na comparação com 2021 e 2022. Em contrapartida, a saída de italianos do país atingiu o número de 270 mil, com elevação de 39%.

Em relatório divulgado em junho, o Istat afirma que “o aumento significativo dos fluxos de imigração estrangeira nos últimos anos é resultado de crises e conflitos internacionais que afetaram os equilíbrios geopolíticos, causando crises humanitárias de grande escala”.

Atualmente a Itália tem 5,4 milhões de estrangeiros regularizados morando no país, o que representa 9,2% da população. A Ucrânia é o principal país de origem desses imigrantes, principalmente por conta da invasão russa em 2022. Em média, 29 mil ucranianos ingressam no território italiano anualmente.

Entretanto, a imigração de países africanos para a Itália foi a que teve o maior aumento nos últimos dois anos, crescendo 43%. Os principais territórios de origem são a Tunísia, Marrocos e Egito. A Ásia também se tornou outra área de proveniência significativa para Itália, sobretudo de Bangladesh, Índia e Paquistão.

Os imigrantes que entram de maneira irregular no território italiano podem solicitar o status de refugiado. Caso tenham êxito no pedido, devem se registrar como residentes do país e passam a fazer parte da população geral.

De acordo com a professora de demografia Livia Ortensi, da Universidade de Bolonha, o aumento da imigração na Itália também pode ter relação com a política da primeira-ministra Giorgia Meloni, que tem anunciado cotas maiores de vistos para trabalhadores de fora da União Europeia, desde que assumiu o governo.

“Com os decretos de fluxos [como a medida ficou conhecida] aumentaram as entradas ilegais por motivos de trabalho”, afirma a professora, destacando que no triênio 2023-2025 foram liberados 452 mil vistos para trabalhadores imigrantes. Ela ainda diz nos próximos três anos o fluxo pode continuar intenso, com a liberação de outros 500 mil vistos já anunciada pelo governo.

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