Brasil intensifica vacinação nas fronteiras para conter avanço do sarampo na América do Sul

Foto: divulgação/MS
Acre é o primeiro estado a realizar Dia D da imunização após aumento de casos na Bolívia; medida busca proteger populações vulneráveis e manter o país livre da doença.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

Diante do aumento significativo de casos de sarampo em países vizinhos, o Ministério da Saúde deu início a uma nova etapa de intensificação da vacinação em regiões de fronteira, com foco especial nos municípios brasileiros que fazem divisa com a Bolívia, atualmente em meio a um surto da doença.

O estado do Acre foi o primeiro a aderir à mobilização, realizando nesta terça-feira (15) o Dia D de vacinação. A ação tem como meta evitar a reintrodução do vírus no território nacional e reforçar a imunização da população em áreas consideradas estratégicas.

Sete dos 22 municípios acreanos — Acrelândia, Assis Brasil, Brasileia, Capixaba, Epitaciolândia, Plácido de Castro e Xapuri — fazem fronteira direta com o país vizinho e estão entre os mais expostos ao risco de disseminação do sarampo.

Três frentes de atuação para imunização nas fronteiras

A intensificação da vacinação no Acre será realizada em três frentes principais:

  1. Reforço da tríplice viral: ampliação da cobertura vacinal entre pessoas não imunizadas ou com esquema vacinal incompleto, além de ações voltadas a adolescentes, jovens e estudantes brasileiros que vivem na Bolívia e retornam ao Brasil durante as férias.

  2. Dose extra para crianças: aplicação da dupla viral (sarampo e rubéola) em bebês de 6 a 11 meses e 29 dias, como medida temporária de proteção. Essa dose não substitui as vacinas de rotina, que continuam previstas para os 12 e 15 meses de vida, conforme o calendário nacional.

  3. Capacitação de profissionais e ações educativas: realização de seminários nos municípios de Rio Branco e Brasiléia, com foco na atualização de protocolos de manejo clínico, vigilância laboratorial e estratégias de resposta rápida em áreas de fronteira.

Outros estados fronteiriços terão Dia D de vacinação

Além do Acre, o Ministério da Saúde programou o Dia D de vacinação contra o sarampo para 26 de julho em outros estados brasileiros com municípios de fronteira: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. A medida visa fortalecer a proteção em toda a faixa de fronteira, com ênfase na prevenção de surtos e na manutenção do status sanitário do Brasil.

Brasil recertificado como país livre do sarampo em 2024

O Brasil havia sido reconhecido pela primeira vez como livre do sarampo em 2016, mas perdeu o título em 2018, após a reintrodução do vírus devido à baixa cobertura vacinal. Em 2024, o país voltou a conquistar a recertificação pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), graças ao fortalecimento da vigilância e à retomada das campanhas de imunização.

Para manter esse status, o governo federal vem promovendo ações como a busca ativa de casos suspeitos, oficinas de capacitação, mobilizações nacionais e o envio de vacinas a áreas vulneráveis. Neste ano, mais de 12 milhões de doses da vacina tríplice viral foram distribuídas em todo o país, e 2,4 milhões já foram aplicadas.

Cooperação internacional e doação à Bolívia

Como parte do esforço regional para conter o surto na Bolívia, o Brasil disponibilizou 600 mil doses de vacina contra o sarampo para doação ao país vizinho, reafirmando seu compromisso com a cooperação internacional em saúde e com o controle de doenças imunopreveníveis nas Américas.

Cenário global e alerta da OMS

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, até 5 de julho de 2025, foram registrados 108 mil casos de sarampo no mundo. Nas Américas, a OPAS confirmou 7.132 casos e 13 mortes associadas à doença.

Entre os países com registros significativos estão:

  • Canadá: 3.170 casos e 1 morte

  • México: 2.597 casos e 9 mortes

  • Estados Unidos: 1.227 casos e 3 mortes

  • Bolívia: 60 casos confirmados

  • Brasil: 5 casos isolados (RJ, SP, RS e DF)

Os cinco casos registrados no Brasil em 2025 foram classificados como importados e isolados, o que não compromete o reconhecimento internacional do país como livre do sarampo. Segundo o Ministério da Saúde, a vacinação continua sendo a forma mais segura e eficaz de prevenir a doença.

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