China: Seis pessoas são presas após contaminação de mais de 230 crianças com chumbo em creche

Para dar aparência mais atraente às refeições, creche na China usou pigmentos industriais, que provocaram contaminação generalizada por chumbo.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

 

Seis pessoas foram presas na cidade de Tianshui, província de Gansu, na China, após a contaminação por chumbo de mais de 230 crianças em uma creche local. O caso veio à tona após investigações revelarem que pigmentos industriais tóxicos, impróprios para consumo humano, foram adicionados aos alimentos servidos às crianças, com o objetivo de tornar as refeições visualmente mais atrativas.

O escândalo, que causou comoção no país, expôs uma cadeia de negligência, corrupção e encobrimento por parte da administração da creche e autoridades locais.

Comida colorida com tinta tóxica

Segundo o relatório divulgado no último domingo (20) pelo comitê provincial do Partido Comunista Chinês, a diretora da creche teria ordenado o uso de pigmentos artificiais nas refeições para atrair mais alunos. Atendendo à solicitação, o cozinheiro da instituição comprou os produtos pela internet, mesmo com o aviso claro de que eram impróprios para consumo.

Testes posteriores identificaram níveis de chumbo até 400 mil vezes acima do limite permitido em um dos pigmentos utilizados. Como resultado, 235 crianças foram hospitalizadas, com sintomas como dores abdominais, náuseas, escurecimento dos dentes e sinais de intoxicação. Embora a maioria já tenha recebido alta, uma ainda permanece internada. Funcionários da creche, incluindo a própria diretora, também apresentaram altos níveis de chumbo no sangue.

Prisões e investigação de autoridades

As seis pessoas presas são funcionárias da creche, entre elas a diretora. Além disso, 27 outras pessoas estão sob investigação, incluindo membros do hospital municipal, servidores públicos e representantes de órgãos de supervisão locais.

O relatório aponta não apenas falhas graves de segurança alimentar e supervisão, mas também tentativas deliberadas de abafar o caso, incluindo suborno a autoridades, falsificação de exames médicos e negligência administrativa. A creche, inclusive, operava sem licença regularizada e não passava por inspeções de rotina.

Dois exames médicos, segundo as investigações, foram deliberadamente adulterados para disfarçar a gravidade da contaminação.

Repercussão e resposta oficial

Diante da repercussão nacional, o governo da província de Gansu divulgou uma nota oficial afirmando estar “profundamente entristecido” com o ocorrido e pediu desculpas públicas às famílias afetadas.

No domingo (21), pais e familiares protestaram em frente à creche, exigindo justiça. O ato, marcado por forte comoção, terminou em confronto com a polícia.

O caso gerou indignação em toda a China e reforçou os alertas sobre os riscos da falta de fiscalização adequada em instituições de ensino infantil. As investigações seguem em andamento, com expectativa de novas responsabilizações nos próximos dias.

 

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