
Líderes do Congresso — Hugo Motta, presidente da Câmara, e Davi Alcolumbre, presidente do Senado — enfrentam pressão de Trump por postura favorável ao STF.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agora se volta diretamente ao Congresso brasileiro. Assessores próximos confirmam que ele estuda impor sanções contra o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil). A movimentação ganhou força na última quarta-feira (23).
Enquanto ministros do STF já são alvo de restrições, como a revogação de vistos, a nova fase amplia o cerco ao Legislativo. Motta entrou na mira depois de travar o avanço de um projeto de lei que concederia anistia a réus e condenados ligados a supostos atos de golpe de Estado, proposta que abriria caminho para beneficiar Jair Bolsonaro.
O governo Trump também demonstra forte irritação com a conduta de Alcolumbre, visto como peça-chave para barrar qualquer tentativa de frear ministros do Supremo. A negativa de pautar o impeachment de magistrados como Alexandre de Moraes é uma das principais queixas. “Davi Alcolumbre, contudo, tem dito a interlocutores que não pautará o impeachment de nenhum integrante da Suprema Corte.”
Além da resistência na pauta de impeachment, Motta também tem desagradado parlamentares da oposição ao impedir que comissões especiais da Câmara sigam funcionando durante o recesso. Deputados alinhados a Bolsonaro queriam acelerar propostas que contestassem medidas judiciais impostas ao ex-presidente, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. Essa movimentação foi frustrada. “Hugo Motta frustrou a oposição ao vetar o funcionamento de comissões da Câmara dos Deputados durante o recesso parlamentar.”
Os dois parlamentares, mesmo em partidos de centro-direita, hoje atuam em sintonia com o Palácio do Planalto. Para o governo Trump, essa postura de proximidade com Lula reforça a desconfiança de que Motta e Alcolumbre trabalham contra qualquer chance de fortalecimento de Bolsonaro no tabuleiro político.
Enquanto cresce o debate sobre punir ministros do STF, o governo Trump deixa claro que parlamentares que “fecham os olhos” para essas situações também podem enfrentar restrições. A ordem é ampliar a vigilância e, se necessário, aplicar novas sanções diplomáticas e comerciais para forçar mudanças no comando das Casas Legislativas.
Nos corredores de Brasília, o recado foi interpretado como um aviso de que, desta vez, o governo dos EUA não pretende mais apenas observar.
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