Governo Lula oficializa posição contra Israel e adere a processo internacional na ONU por genocídio

Decisão de Lula amplia tensão diplomática, alinha Brasil à África do Sul e reforça acusação de genocídio contra Israel na Corte de Haia.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA

O governo brasileiro decidiu dar um passo que aumenta ainda mais a tensão diplomática com Israel: confirmou oficialmente sua entrada na ação apresentada pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), o principal tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU). A ação acusa Israel de cometer genocídio na Faixa de Gaza e conta agora com o apoio formal de Brasília, anunciado pelo Ministério das Relações Exteriores na última quarta-feira (23).

No comunicado, o Itamaraty declarou: “Finalmente, o governo brasileiro anuncia que está em fase final para submissão de intervenção formal no processo em curso na Corte Internacional de Justiça, movido pela África do Sul com base na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.”

A adesão formal foi antecipada ainda no dia 14 de julho pelo chanceler Mauro Vieira, reforçando o posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vem criticando abertamente as operações militares israelenses desde o início da guerra em Gaza.

A CIJ, popularmente conhecida como Tribunal de Haia, integra o sistema jurídico da ONU e julga disputas entre Estados, sendo responsável por garantir o cumprimento de tratados internacionais, como a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio de 1948.

Israel rejeita as acusações e mantém o argumento de que suas operações são legítimas e miram o Hamas, classificado como organização terrorista por boa parte do Ocidente. Para Tel Aviv, trata-se de um ato de autodefesa necessário para proteger civis israelenses, já que o Hamas opera dentro de áreas civis em Gaza.

A decisão do Brasil é vista por críticos como um gesto político para marcar posição internacional, mas que pode isolar o país em debates mais amplos dentro da ONU, onde Israel conta com forte apoio de aliados históricos, como os Estados Unidos.

Enquanto isso, as relações diplomáticas entre Brasília e Tel Aviv seguem congeladas, especialmente após o governo Lula bloquear a nomeação do novo embaixador israelense no Brasil. Com a ação agora em andamento na CIJ, o Itamaraty sinaliza de forma oficial que está disposto a sustentar publicamente uma postura contrária a Israel dentro do sistema da ONU.

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