Ao saber da decisão de Alexandre de Moraes, Trump condena prisão domiciliar de Bolsonaro, denuncia violação de direitos humanos e avisa: todos que colaborarem com a perseguição serão punidos.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Assim que foi informado sobre a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, o ex-presidente Donald Trump não permaneceu em silêncio. Por meio do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental — órgão oficial ligado ao Departamento de Estado dos EUA —, o governo Trump emitiu uma nota pública condenando diretamente o ministro Alexandre de Moraes e deixando uma ameaça clara: quem apoiar esse tipo de ação autoritária será responsabilizado.
No comunicado, publicado nas redes sociais da agência, o governo Trump afirmou, com todas as letras:
“O juiz Moraes, agora sancionado pelos EUA como violador dos direitos humanos, continua a usar as instituições do Brasil para silenciar a oposição e ameaçar a democracia. Impor ainda mais restrições à defesa em público de Jair Bolsonaro não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar! Os Estados Unidos condenam a decisão de Moraes para impor prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizará todos aqueles que auxiliarem e incentivarem a conduta sancionada.”
Com esse posicionamento, Trump demonstra total repúdio à atuação de Moraes e reforça o compromisso dos EUA com a liberdade de expressão e com o direito à oposição política. A publicação é a primeira manifestação oficial da administração republicana após a prisão de Bolsonaro e se soma às sanções já impostas anteriormente ao ministro do STF.
A nota partiu da equipe comandada pelo secretário Marco Rubio, figura próxima de Trump e um dos maiores críticos da atuação de Moraes. Em julho, Rubio já havia denunciado o magistrado: “A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos.”
Mesmo diante das sanções e críticas, Moraes afirmou que não dará importância à pressão externa. Em discurso feito no STF na última sexta-feira (1º), disse: “Este relator irá ignorar as sanções que foram praticadas e continuar trabalhando, como vem fazendo tanto no Plenário quanto na Primeira Turma, sempre de forma colegiada.”
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada após ele aparecer por vídeo nas redes sociais do senador Flávio Bolsonaro, durante manifestações realizadas em Copacabana, no último domingo (3). Moraes considerou que o gesto violou medidas cautelares impostas anteriormente. “Agindo ilicitamente, o réu Jair Messias Bolsonaro se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo dolosa e conscientemente material pré-fabricado para seus partidários continuarem a tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça”, alegou o ministro na decisão.
A defesa do ex-presidente contestou a medida, alegando surpresa e irregularidade. “Cabe lembrar que na última decisão constou expressamente que ‘em momento algum Jair Messias Bolsonaro foi proibido de conceder entrevistas ou proferir discursos em eventos públicos’. Ele seguiu rigorosamente essa determinação,” disseram os advogados Celso Vilardi, Paulo Amador da Cunha Bueno e Daniel Tesser.
Eles também rebateram a acusação com base na própria fala de Bolsonaro: “A frase ‘Boa tarde, Copacabana. Boa tarde meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos’ não pode ser compreendida como descumprimento de medida cautelar, nem como ato criminoso.”
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