Parceria entre a Polícia Federal e a FIESP permitirá o compartilhamento de dados estratégicos para fortalecer ações de inteligência e prevenção a fraudes virtuais no país.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
São Paulo/SP – Em resposta ao avanço acelerado dos crimes digitais no país, a Polícia Federal e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) firmaram nesta terça-feira (5) um acordo de cooperação técnica com foco na prevenção e no enfrentamento de fraudes cibernéticas. A iniciativa tem como objetivo estabelecer um canal seguro para o envio de informações, de forma anônima, por parte de empresas associadas à FIESP, ajudando as autoridades federais a identificar padrões e prevenir ataques virtuais de grande impacto.
A colaboração surge em um cenário alarmante. De acordo com estimativas recentes, os crimes digitais cresceram mais de 40% no último ano, com prejuízos que ultrapassam os R$ 40 bilhões. O Brasil, atualmente, figura entre os países mais visados por quadrilhas digitais.
Cooperação estratégica
Durante o evento que selou o acordo, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, destacou a necessidade de estreitar laços com o setor produtivo para avançar na modernização da segurança digital.
“A criminalidade virtual não conhece fronteiras. Se queremos proteger empresas e cidadãos, precisamos unir esforços com quem também está na linha de frente”, afirmou Rodrigues.
Segundo ele, a troca de informações entre empresas e instituições públicas será essencial para alimentar os bancos de dados da PF, gerar alertas preventivos e melhorar a resposta a ataques em tempo real.
Prejuízos crescentes
Somente no último mês, uma ação criminosa chamou a atenção das autoridades: hackers invadiram o sistema de uma empresa que conecta pequenos bancos ao sistema PIX e desviaram mais de R$ 800 milhões. O ataque foi facilitado por um funcionário interno, que recebeu R$ 15 mil para permitir o acesso dos criminosos à sua estação de trabalho.
Durante a investigação, a PF conseguiu prender dois suspeitos e recuperar R$ 5,5 milhões em criptoativos utilizados no esquema.
Novos caminhos no combate ao cibercrime
Com o novo acordo, a FIESP se compromete a facilitar o envio de dados sigilosos sobre movimentações suspeitas em empresas do setor industrial. Também será criada uma campanha de conscientização em segurança digital e um núcleo de resposta rápida a incidentes cibernéticos.
O núcleo atuará com base em dados cruzados entre o setor privado e os sistemas de inteligência da Polícia Federal, reforçando a prevenção e a preservação de provas digitais.
Um modelo para o futuro
A parceria foi vista como um marco inédito na cooperação entre a segurança pública e o setor empresarial.
“Essa integração é fundamental. Precisamos proteger não só os dados das empresas, mas também a confiança do consumidor e a integridade do mercado”, declarou Josué Gomes da Silva, presidente da FIESP.
O modelo começa por São Paulo, mas poderá ser expandido para outros estados, consolidando-se como um novo padrão no combate ao crime organizado digital no Brasil.
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