Polícia Federal desarticula quadrilha que vendia dados sigilosos do INSS em site na Bahia

Operação “Truth” revela esquema que comercializava informações confidenciais de segurados para fraudes e uso indevido.

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

Em uma ação estratégica e meticulosamente planejada, a Polícia Federal (PF), em conjunto com a Coordenação-Geral de Inteligência do Ministério da Previdência Social, deflagrou a operação “Truth” nesta quarta-feira, 20 de agosto. O objetivo é desarticular uma sofisticada associação criminosa que atuava na Bahia, vendendo dados sigilosos do INSS por meio de uma página na internet. A operação foi batizada com o nome do site utilizado pelo grupo, que já se encontra desativado.

As investigações, que tiveram início há cerca de 10 meses, revelaram um esquema audacioso. O grupo criminoso vendia “pacotes” de informações sigilosas de segurados, com foco especial em listas de benefícios que haviam sido negados pelo INSS. Essas listas, contendo centenas de números de benefícios, CPFs e outros dados pessoais, eram comercializadas para advogados que poderiam utilizá-las para impetrar recursos ou ajuizar ações judiciais, visando obter a concessão dos pleitos indeferidos.

A parte mais grave revelada pela investigação foi que os criminosos não apenas vendiam dados, mas também criavam vídeos ensinando como falsificar documentos e aplicar fraudes contra a Previdência Social, funcionando como um verdadeiro “guia” para o crime.

Além disso, a investigação mostrou que os dados também eram vendidos para empresas de empréstimo consignado, que usavam as informações para ofertar seus serviços de forma direcionada aos titulares de benefícios ativos.

Na operação desta manhã, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Cruz das Almas (BA), alvos das pessoas responsáveis pela veiculação dos sites. Documentos e dispositivos de informática foram apreendidos e agora serão analisados para identificar outros membros do grupo criminoso e entender a forma exata como as informações sigilosas do INSS eram obtidas.

Os investigados podem responder por crimes como divulgação de dados sigilosos da Administração Pública, que prevê pena de até quatro anos de detenção, além de outros possíveis crimes identificados durante a investigação, como violação de sigilo funcional, corrupção e associação criminosa. As autoridades continuam trabalhando para rastrear todas as ramificações do esquema.

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