EUA suspendem vacina contra chikungunya após graves efeitos adversos

Decisão da FDA afeta imunizante desenvolvido em parceria com o Instituto Butantan e aprovado no Brasil; Anvisa mantém autorização, mas vacina ainda não está disponível.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

As autoridades de saúde dos Estados Unidos suspenderam a licença de venda da vacina Ixchiq contra o vírus chikungunya, desenvolvida pela farmacêutica franco-austríaca Valneva em colaboração com o Instituto Butantan. A decisão da FDA se baseia em relatos de efeitos adversos graves, incluindo mortes, principalmente entre idosos.

A Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) determinou, na sexta-feira (22), a suspensão imediata da vacina Ixchiq, após novos casos de reações adversas graves. A Valneva, fabricante do imunizante, confirmou que quatro casos adicionais foram registrados, três deles em pessoas com idades entre 70 e 82 anos. Um dos óbitos foi causado por encefalite, uma inflamação cerebral associada diretamente à vacina.

A vacina, aprovada pela FDA em 2023, utiliza uma versão atenuada do vírus chikungunya para estimular a resposta imunológica. No entanto, a agência reguladora americana alertou que o imunizante tem causado sintomas semelhantes à própria doença, incluindo febre e dores articulares intensas.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da vacina Ixchiq em abril deste ano para pessoas entre 18 e 65 anos. Contudo, o imunizante ainda não foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e não está disponível para a população.

Especialistas em saúde pública alertam que a chikungunya representa uma ameaça crescente, especialmente com a expansão dos mosquitos transmissores para novas regiões devido às mudanças climáticas. A doença pode causar febre alta, dores articulares intensas e, em casos graves, levar à morte.

A Valneva afirmou que está avaliando o impacto financeiro da suspensão nos EUA e reiterou seu compromisso em manter o acesso à vacina como ferramenta de saúde global. A farmacêutica também continua investigando os casos relatados e trabalhando em estreita colaboração com as autoridades de saúde para entender melhor os efeitos adversos observados.

A decisão da FDA destaca a importância de uma vigilância contínua e rigorosa na aprovação e monitoramento de vacinas, especialmente aquelas que utilizam vírus vivos atenuados, para garantir a segurança da população.

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