Copacabana vira palco de ato pró-Bolsonaro e pedido de anistia no 7 de Setembro

Foto: Reprodução.
Manifestação convocada por líderes políticos e religiosos reuniu apoiadores vestidos de verde e amarelo; discursos trouxeram críticas ao STF, defesa do ex-presidente e pedidos de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

Milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram na manhã deste domingo (7) na orla de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, em um ato marcado por pedidos de anistia, críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e defesa da inocência do ex-chefe do Executivo.

A concentração começou por volta das 10h, na altura do Posto 4, onde um caminhão de som reuniu políticos aliados, entre eles o governador Cláudio Castro (PL), os deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ), Luiz Lima (Novo-RJ), Hélio Lopes (PL-RJ), Eduardo Pazuello (PL-RJ) e Clarissa Garotinho (PL-RJ). A abertura oficial ocorreu às 11h30, com a execução do Hino Nacional.

Discursos e críticas ao STF

No palco, lideranças reforçaram o discurso de anistia “ampla, geral e irrestrita” aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. O deputado Alexandre Ramagem foi o primeiro a falar, chamando o evento de “celebração da independência e da liberdade”.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acusou o ministro Alexandre de Moraes de promover “uma segunda facada” em seu pai e classificou o julgamento no STF como “farsa e teatro”. Ele voltou a defender o projeto de anistia, afirmando que “não existe meia anistia”.

Manifestação reúne grupos de direita em Copacabana.Foto: Leslie Leitão

Em discurso emocionado, o deputado Hélio Lopes declarou que a candidatura de Bolsonaro em 2026 é “irreversível”, enquanto Luiz Lima criticou a imparcialidade da Corte. O governador Cláudio Castro disse que “o Rio de Janeiro é Bolsonaro” e defendeu que o ex-presidente “não cometeu crime algum”.

Voz da família Bolsonaro

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro participou por meio de um áudio transmitido durante o ato. Ela classificou o julgamento do marido como uma “peça teatral” e disse que continuará a se manifestar contra o que chamou de perseguição política.

“Por injustiça ele não pode falar, mas nós falaremos até que essa perseguição acabe”, afirmou.

Convocação e organização

O ato foi convocado pelo senador Flávio Bolsonaro e pelo pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, como parte de uma mobilização nacional. Apesar da previsão de chuva, o tempo nublado não impediu a adesão de apoiadores, que ocuparam parte da orla vestidos de verde e amarelo, portando bandeiras do Brasil e cartazes com críticas ao STF.

Manifestação reúne grupos de direita em Copacabana. Foto: Reprodução/Redes sociais

Faixas exibidas traziam frases como “Anistia já” e “Golpe é eleição sem Bolsonaro”. Houve ainda manifestações de apoio ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Mobilização nacional e próximos passos

Manifestações semelhantes ocorreram em outras capitais, como São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Brasília. Na Avenida Paulista, à tarde, estavam previstos discursos da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de Romeu Zema (Novo-MG) e de Jorginho Mello (PL-SC).

O ato ocorre às vésperas da fase final do julgamento no STF, que analisa a participação de Bolsonaro e outros sete réus na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O ex-presidente cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica e não compareceu à manifestação.

Em paralelo, cresce a pressão no Congresso pela votação de um projeto de anistia. Aliados de Bolsonaro defendem que a medida alcance também o ex-presidente, enquanto uma proposta alternativa, em discussão no Senado, prevê apenas redução de penas. O governo Lula se posiciona contra qualquer forma de anistia.

Manifestação reúne grupos de direita em Copacabana. Foto: Leslie Leitão.

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