Após 20 anos, prisão traz esperança de justiça para Valerie Laguna

Jovem de 26 anos, grávida de nove meses, foi assassinada brutalmente em Cotulla (Texas) em 2005; caso só foi solucionado duas décadas depois graças a avanços na tecnologia de DNA
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

 

Em julho de 2005, a cidade de Cotulla, no Texas, foi marcada por um crime brutal. Valerie Laguna, de 26 anos e no nono mês de gestação, foi encontrada morta no Cemitério Cristo Rey. O corpo apresentava sinais de violência extrema, incluindo ataque sexual, espancamento e estrangulamento.

Com pouco mais de 4 mil habitantes, a comunidade ficou em choque. Apesar dos esforços iniciais das autoridades, o caso permaneceu sem solução por duas décadas, deixando familiares e moradores mergulhados em dor e incerteza.

Um banner reacende a esperança

Ao longo dos anos, a memória de Valerie nunca foi esquecida. Recentemente, um banner exibindo sua foto sorridente foi colocado em Cotulla, convidando quem tivesse informações sobre o caso a se manifestar. A lembrança reacendeu a esperança por justiça — e, finalmente, ela começou a se concretizar.

No mês passado, Saul Gonzalez, de 66 anos, foi preso e acusado de homicídio qualificado. Segundo o Departamento do Xerife do Condado de La Salle, a identificação só foi possível graças a avanços nas técnicas de DNA.

“Por 20 anos, esta comunidade carregou a memória de uma perda terrível. Esta prisão representa um passo significativo em direção à justiça e à cura para a família da vítima”, declarou o xerife Hector Ramirez.

O papel da tecnologia M-Vac

O desfecho do caso se deve, em grande parte, a uma tecnologia relativamente recente. Em 2020, o sargento Homar Olivarez Jr., responsável pela investigação, passou a utilizar o sistema M-Vac, uma espécie de aspirador manual úmido.

O método pulveriza água estéril sobre evidências e suga o material para um filtro ultrassensível, permitindo capturar vestígios de DNA que outros processos poderiam perder. Embora a técnica tenha a limitação de inutilizar a amostra para futuros testes, ela trouxe o resultado esperado.

Uma amostra obtida dessa forma foi enviada a um laboratório privado na Virgínia, que conseguiu traçar o primeiro perfil genético do suspeito. Com apoio de um programa estadual, as análises restringiram a investigação a Saul Gonzalez, que já conhecia Valerie. Detido no Condado de La Salle, Gonzalez aguarda julgamento sob fiança de US$ 1 milhão.

A jovem que sonhava ajudar os outros

Valerie Laguna era descrita pela família como uma mulher educada, respeitosa e generosa. Mãe de três meninas, estava prestes a dar à luz seu quarto filho no momento do crime. O pai, Albert Benavides, recorda com saudade o sorriso da filha e as visitas semanais que ela fazia à família.

“Se você pedisse um favor, ela faria. Se você precisasse de algo, e ela tivesse, com certeza te ajudaria sem esperar nada em troca. Esse é o tipo de filha que eu tive”, disse, emocionado.

Valerie sonhava em se tornar conselheira para ajudar pessoas no combate ao abuso de substâncias. Seu assassinato deixou um vazio profundo — mas a prisão do acusado representa, enfim, uma chance de justiça e de cura, tanto para sua família quanto para a comunidade que nunca esqueceu sua história.

 

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