Envenenamento no Brasil: SUS registra uma internação a cada duas horas

Foto: internet
Em dez anos, mais de 45 mil pessoas foram atendidas no SUS; jovens adultos e crianças pequenas são os principais afetados
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

Um levantamento da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) revela um dado alarmante: entre 2009 e 2024, o Brasil registrou 45.511 internações por envenenamento, o que equivale a um caso a cada duas horas na rede pública de saúde. A pesquisa aponta que o problema atinge principalmente adultos de 20 a 29 anos e crianças de 1 a 4 anos, com destaque para casos acidentais e também para intoxicações provocadas intencionalmente.

Frequência dos casos

A média ao longo da série histórica é de 4.551 ocorrências por ano, cerca de 379 por mês e 12,6 por dia. Para a Abramede, os números expõem a gravidade da exposição a substâncias tóxicas no país e a necessidade de maior fiscalização e controle do acesso a venenos.

Tipos de substâncias envolvidas

Entre os registros, destacam-se intoxicações causadas por medicamentos de uso comum como analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios (2.225 casos), além de ocorrências envolvendo pesticidas (1.830), álcool (1.954) e sedativos ou hipnóticos (1.941).
Outros casos estão relacionados a produtos químicos não especificados (6.556) e a substâncias biológicas nocivas (5.104).

Distribuição regional

O Sudeste concentra quase metade das internações (19 mil), sendo São Paulo o estado com mais registros (10.161), seguido por Minas Gerais (6.154).
Na sequência aparecem o Sul, com 9.630 casos, liderado pelo Paraná (3.764) e Rio Grande do Sul (3.278); o Nordeste, com 7.080 registros, concentrados na Bahia (2.274); o Centro-Oeste, com 5.161 internações, sendo o DF responsável por 2.206; e o Norte, com 3.980 ocorrências, puxadas pelo Pará (2.047).

Intoxicações intencionais

Dos mais de 45 mil registros, 3.461 internações foram consequência de intoxicações propositalmente causadas por terceiros. O Sudeste novamente lidera esse recorte, com 1.513 casos. Estados como São Paulo (754), Minas Gerais (500) e Pará (295) estão entre os que mais notificaram esse tipo de crime.

Perfil das vítimas

O levantamento mostra que homens representam a maioria dos casos (23.796). Em relação à idade, jovens entre 20 e 29 anos lideram as ocorrências (7.313), seguidos de perto por crianças de 1 a 4 anos (7.204). Já os idosos acima de 80 anos representam o grupo com menor número de notificações (968).

Casos recentes que chocaram o país

Nos últimos anos, episódios trágicos reforçaram a gravidade do problema. Entre eles:

  • Em dezembro de 2024, uma família morreu em Torres (RS) após consumir um bolo contaminado com arsênio.

  • No Réveillon de 2025, uma ceia em Parnaíba (PI) deixou nove pessoas intoxicadas, cinco delas morreram, incluindo um bebê.

  • Em abril do mesmo ano, duas crianças faleceram em Imperatriz (MA) após comerem um ovo de Páscoa adulterado.

  • Ainda em abril, em Natal (RN), uma bebê de 8 meses morreu após consumir um açaí envenenado entregue como presente.

Risco contínuo e alerta de especialistas

Para a Abramede, os dados reforçam a importância do trabalho de emergencistas e expõem falhas graves na fiscalização da venda e circulação de substâncias tóxicas. A entidade ressalta ainda que a facilidade de acesso, somada à falta de regulamentação e punições eficazes, amplia o risco de novos casos de envenenamento em todo o país.

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