
Apesar de processos e condenações, ex-presidente continua central na política brasileira, moldando debates e opiniões públicas
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Por 28 anos, Jair Bolsonaro foi um deputado do baixo clero, praticamente desconhecido em nível nacional. Sua notoriedade cresceu a partir de aparições no programa CQC e na discussão com Maria do Rosário. A crise econômica, as pedaladas fiscais de Dilma e a Operação Lava Jato alimentaram o sentimento antipetista, que Bolsonaro aproveitou. Inicialmente, seu voto era mais um voto de rejeição, “contra tudo que estava aí”.
Em meio a quase 70 mil homicídios por ano e debates presidenciais que ignoravam segurança pública, Bolsonaro foi o primeiro a pautar o tema.
Durante a campanha eleitoral, sua candidatura foi questionada, mas a facada sofrida durante um atentado elevou sua visibilidade, gerando empatia e transformando-o no centro das atenções.
Em 2018, segundo análises, o bolsonarismo ganhou força por ações e críticas de setores da esquerda e do sistema político, incluindo manifestações do MST, MTST, black blocs, ataques a Sérgio Moro e acusações de fraude eleitoral.
Durante seu governo, Bolsonaro enfrentou resistência de todas as frentes: entre 2019 e 2020, o STF decidiu contra o Executivo 123 vezes, incluindo medidas sobre vacinação obrigatória, armas e indulto a Daniel Silveira. Na pandemia, passou a ser chamado de genocida por opositores.
Após deixar o cargo, enfrentou quase 600 processos, incluindo críticas às urnas eletrônicas e acusações como importunar uma baleia, arquivadas posteriormente.
O ápice da controvérsia veio com o processo do golpe, em que, segundo a narrativa, a regra do foro privilegiado foi alterada, o caso foi julgado na 1ª Turma e quatro dos cinco juízes seriam inimigos políticos de Bolsonaro. O processo, segundo a análise, envolveu 70 terabytes de supostas provas apresentadas na última hora, com alegações de tentativa de golpe e subversão da ordem democrática.
Mesmo que tivesse cometido crimes graves, argumenta-se que ninguém deveria ser julgado nessas condições, tornando a decisão uma injustiça flagrante. Por isso, Bolsonaro é visto como um mártir político, e a construção dessa imagem, segundo o texto, não vem de apoiadores, mas de seus adversários.
Apesar da condenação e processos, o bolsonarismo não foi derrotado e a trajetória do ex-presidente permanece central na política brasileira.
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