
Em 2021, mais de 17 mil pessoas perderam a vida na região; falta de estratégias nacionais de prevenção agrava o problema, segundo a Opas
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
Um relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) revelou que crianças menores de cinco anos e idosos acima de 70 são as maiores vítimas de afogamentos nas Américas. O estudo, parte do primeiro Relatório Global de Status sobre Prevenção de Afogamentos da Organização Mundial da Saúde (OMS), aponta que, só em 2021, mais de 17 mil pessoas perderam a vida desta forma na região, que concentra 6% das mortes mundiais por afogamento.
Avanços e lacunas
Apesar de avanços localizados, 77% dos países das Américas ainda não contam com estratégias nacionais de prevenção. Apenas 11 países (42%) têm um ponto focal governamental para coordenar ações, e somente 8% possuem políticas nacionais consolidadas. A ausência de mecanismos de coordenação, segundo a Opas, limita a eficácia de medidas já em andamento, mesmo quando implementadas por setores como saúde, segurança marítima e defesa civil.
Grupos mais vulneráveis
A taxa de mortalidade regional, de 1,6 por 100 mil habitantes, é inferior à média global de 3,8, mas o impacto é desproporcional em crianças pequenas e idosos. A Opas ressalta que medidas simples poderiam evitar muitas dessas tragédias, como barreiras físicas em piscinas, supervisão adequada e a inclusão de aulas de natação nos currículos escolares. Hoje, apenas nove países exigem barreiras em piscinas públicas e privadas, e só 8% das nações da região oferecem aulas formais de natação em escolas.
Medidas em prática
Mais de 70% dos países relataram dispor de sistemas de alerta precoce para desastres e operações de busca e salvamento. Além disso, campanhas públicas sobre segurança aquática vêm sendo ampliadas, e 92% declararam ter normas para transporte aquático de passageiros. No entanto, menos de 10% das legislações obrigam o uso de coletes salva-vidas — uma das medidas mais eficazes para prevenir mortes.
O peso econômico e social
Segundo a OMS, a implementação em larga escala de aulas básicas de natação e serviços de cuidado infantil poderia evitar até 774 mil mortes e quase um milhão de casos não fatais de afogamento até 2050. O retorno social e econômico seria expressivo: para cada dólar investido, haveria retorno estimado de US$ 9.
Chamado à ação
Para o diretor de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas, Anselm Hennis, os afogamentos são uma tragédia evitável. Ele defende maior compromisso político e cooperação multissetorial para que os países invistam em prevenção baseada em evidências. “A mensagem é clara: prevenir afogamentos exige ação coordenada e sustentada. Com isso, será possível proteger sobretudo os grupos mais vulneráveis da região”, afirmou.
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