Chefes de esquema bilionário de mineração ilegal são transferidos para presídio federal

PF aponta três responsáveis por liberar licenças falsas e ocultar fortuna em esquema de exploração mineral desmontado em Minas Gerais

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

A Polícia Federal anunciou neste sábado (20) a transferência de três dos principais investigados na Operação Rejeitos para o presídio federal em Mato Grosso do Sul. Alan Cavalcante do Nascimento, João Alberto Paixão Lages e Helder Adriano de Freitas, detidos na última quarta-feira (17), são apontados como líderes de um esquema que liberava licenças ambientais fraudulentas para atividades de mineração em Minas Gerais.

Segundo a PF, a investigação identificou que o grupo se utilizava de empresas de fachada, laranjas e servidores públicos para movimentar recursos e emitir documentos ambientais irregulares. Entre os envolvidos está Caio Mario Seabra, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), que também teve participação apontada no esquema.

De acordo com os órgãos de investigação, o grupo controlava mais de 40 empresas, muitas delas registradas como sociedades anônimas, utilizadas para ocultar a origem ilícita de recursos e dificultar o rastreamento financeiro. O conjunto de projetos minerários investigados tem potencial econômico superior a R$ 18 bilhões, com lucro estimado de R$ 9,5 bilhões. Além das prisões, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em bens dos investigados.

Cada líder tinha função específica dentro da organização:

João Alberto Paixão Lages: coordenava a articulação do esquema e a movimentação das empresas de fachada.

Helder Adriano de Freitas: responsável por fraudes junto a órgãos ambientais e manipulação de processos administrativos.

Alan Cavalcante do Nascimento: considerado o chefe do esquema, supervisionava todas as operações e pagamentos de propina.

A Operação Rejeitos resultou na prisão de 16 pessoas e investiga crimes como organização criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, crimes ambientais e contra a ordem econômica.

A PF destacou que esta é a primeira vez que pessoas envolvidas em crimes ambientais são transferidas para um presídio federal de segurança máxima, evidenciando a gravidade e sofisticação da operação criminosa.

Segundo a Polícia Federal, o esquema revela uma rede estruturada e complexa, capaz de movimentar recursos milionários e manipular licenças ambientais de forma organizada, com impactos diretos no setor de mineração e no controle de recursos naturais do país.

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