
Relatório aponta que manifestações da deputada ficaram restritas ao campo da opinião e não afetaram processos judiciais
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A Polícia Federal concluiu que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) não tentou obstruir a Justiça nem coagir ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) quando deixou o Brasil rumo à Itália. O parecer, encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, reforça que as atitudes da parlamentar ficaram restritas a manifestações públicas e não tiveram efeito prático sobre investigações em andamento.
Embora Zambelli tenha sido condenada a 10 anos de prisão, perda do mandato e pagamento de R$ 2 milhões por danos referentes à invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a PF deixou claro que sua viagem não representou uma ação de sabotagem contra decisões judiciais.
Apenas declarações, sem prática de crime
No relatório final, os investigadores destacaram que a deputada fez declarações sobre “resistência” e apoio a medidas internacionais, mas não executou nenhum ato que pudesse atrapalhar os processos penais no Brasil. Segundo o documento, a conduta da parlamentar se manteve “no campo da opinião e da retórica”.
A análise ainda destacou que, apesar de Zambelli ter cogitado usar sua estadia no exterior como estratégia política, não houve materialização desse plano.
Uso de redes sociais e apoio financeiro
A PF identificou que, após ter suas contas bloqueadas em junho, a deputada utilizou perfis de terceiros para continuar ativa nas redes. Ela mesma havia informado que transferiria a gestão de suas páginas à mãe, Rita Zambelli.
O relatório também avaliou doações recebidas por meio de Pix. No período entre 8 de maio e 5 de junho, foram 88 transações acima de R$ 500, totalizando R$ 336 mil. As maiores doações chegaram a R$ 5 mil. Entre os apoiadores, foi identificada uma transferência do empresário Luciano Hang, da Havan.
Alívio para a direita
A decisão da PF é considerada uma vitória política para Carla Zambelli e seus aliados. Ao afastar suspeitas de tentativa de obstrução, o relatório dá novo fôlego à defesa da parlamentar, que segue presa na Itália desde 29 de julho.
Para integrantes da direita, a conclusão reforça a tese de que Zambelli tem sido alvo de acusações desproporcionais em razão de seu alinhamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Leia mais
Trabalho infantil cresce e atinge 1,65 milhão de crianças no Brasil em 2024
Rússia recruta ao menos 20 mil cubanos para lutar na guerra contra a Ucrânia
Faça um comentário