
Fenômeno climático já devastou o norte das Filipinas e ameaça costa sul da China com ventos de quase 300 km/h
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Shenzhen, megacidade no sul da China, iniciou nesta terça-feira (23) a retirada de 400 mil moradores diante da aproximação do supertufão Ragasa, considerado um dos eventos climáticos mais severos do ano na Ásia. As autoridades locais informaram a medida por meio do Departamento de Gestão de Emergências e reforçaram que o litoral da província de Cantão será atingido por ventos extremos nas próximas horas.
Com rajadas que chegaram a 295 km/h ao cruzar o norte das Filipinas na segunda-feira (22), Ragasa já deixou um rastro de destruição no arquipélago. A tempestade tocou terra às 15h no horário local (4h em Brasília) na ilha de Calaiã, forçando a evacuação de mais de 10 mil pessoas, fechamento de escolas e suspensão de serviços públicos em 30 províncias.
“O impacto foi devastador. Vê essas palmeiras balançando ao longe? Antes havia oito. Agora só restam quatro de pé”, descreveu Herbert Singun, do centro de gestão de tempestades de Calaiã. Em Cagayan, o chefe de emergências, Rueli Rapsing, disse que a região está “preparada para o pior”.
Medidas de contenção em toda a região
O alerta se estendeu a Taiwan, que também realizou evacuações preventivas em áreas montanhosas de Pingtung. A lembrança do tufão Koinu, que devastou a ilha há dois anos, ainda assusta moradores. “O que mais nos preocupa é que o dano pode ser semelhante”, alertou o bombeiro James Wu.
Na China continental, além de Shenzhen, outras cidades da província de Cantão suspenderam aulas, atividades comerciais e serviços de transporte. O impacto se estendeu até Hong Kong, onde a Cathay Pacific cancelou mais de 500 voos, e o Aeroporto Internacional deve permanecer fechado até pelo menos quinta-feira (25).
Clima extremo e tensões sociais
Especialistas reforçam que o aumento da frequência e intensidade de supertufões como Ragasa é resultado das mudanças climáticas, potencializadas pela ação humana. As Filipinas, que enfrentam cerca de 20 tufões por ano, têm visto tempestades cada vez mais destrutivas.
O cenário se agrava em meio a tensões políticas. No domingo (21), milhares foram às ruas de Manila protestar contra um escândalo de corrupção envolvendo obras de contenção de enchentes — exatamente o tipo de infraestrutura que poderia mitigar os danos agora causados pelo supertufão.
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