
Com vítimas fatais em Kiev e forte impacto na infraestrutura, Ucrânia intensifica esforços de defesa e recebe apoio militar do Ocidente
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
A Rússia executou, nas primeiras horas da manhã deste domingo (28), um dos maiores bombardeios desde o início da guerra, lançando mais de 600 drones e mísseis contra alvos em toda a Ucrânia. O ataque, descrito como “massivo”, atingiu várias regiões, incluindo campos de aviação e instalações militares, com danos significativos.
Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao menos quatro pessoas morreram em Kiev durante os ataques, e outras 42 ficaram feridas na capital e arredores. Na cidade de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, 31 pessoas também ficaram feridas. Uma das vítimas fatais em Kiev foi uma menina de 12 anos, conforme relatado pelas autoridades locais.
A Força Aérea Ucraniana informou que a Rússia disparou 595 drones e 48 mísseis, incluindo mísseis balísticos e de cruzeiro. Embora as defesas aéreas ucranianas tenham conseguido abater uma boa parte desses disparos, várias áreas de Kiev e outras cidades ficaram com grandes danos em prédios residenciais e infraestrutura.
O Instituto de Cardiologia de Kiev também foi atingido, resultando em duas mortes no local.
“Este ataque vil ocorre logo após a Assembleia Geral da ONU, e é exatamente assim que a Rússia expressa sua verdadeira postura”, comentou Zelensky, criticando as ações russas em meio aos esforços diplomáticos internacionais.
Defesas e reações internacionais
As defesas aéreas da Ucrânia, fortalecidas por sistemas de mísseis Patriot, incluindo os recentemente fornecidos por Israel, conseguiram derrubar a maioria dos mísseis de cruzeiro e drones.
A Ucrânia aguarda a entrega de mais dois sistemas Patriot da Alemanha até o final deste ano. No entanto, o constante fluxo de ataques tem colocado uma pressão crescente sobre o país, que continua a reforçar suas capacidades de defesa.
Em resposta ao aumento da ameaça, a Polônia, que compartilha fronteiras com a Ucrânia, também colocou suas forças aéreas em alerta e enviou caças para monitorar e proteger seu espaço aéreo. A medida foi tomada após recentes incursões de drones russos em seu território.
“Essas ações são preventivas, para garantir a segurança de nosso espaço aéreo e proteger nossos cidadãos”, declarou o Ministério da Defesa polonês.
Retaliação Ucraniana e apoio internacional
Em uma tentativa de conter a ofensiva russa, o governo ucraniano tem concentrado esforços em atacar a infraestrutura energética russa. Zelensky também revelou que o país está negociando um “megaacordo” de US$ 90 bilhões com os Estados Unidos, que inclui a compra de sistemas avançados de armamento.
O acordo foi discutido durante uma reunião recente entre o presidente ucraniano e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que garantiu que Kiev tem agora “condições de lutar e vencer” a guerra, incluindo a retomada das terras ocupadas pela Rússia.
Enquanto isso, o Ministério da Defesa russo afirmou que os ataques foram direcionados a indústrias militares e aeródromos ucranianos, como parte de uma estratégia para enfraquecer a capacidade de defesa da Ucrânia.
A escalada dos ataques russos ocorre em um momento crucial para a Ucrânia, que busca garantir apoio internacional contínuo, especialmente na frente militar, enquanto enfrenta os desafios de uma guerra prolongada e devastadora.
Impacto na população civil
Imagens da capital ucraniana mostraram uma névoa de fumaça sobre Kiev, resultado das explosões causadas pelos ataques russos. Apesar da violência, muitos moradores estavam nas ruas, indo para o trabalho ou passeando com seus cães, enquanto os drones ainda eram abatidos no céu.
Andriy Yermak, chefe de gabinete de Zelensky, qualificou os ataques como uma “guerra contra civis”, destacando que a Rússia continua a visar áreas não militares, colocando em risco a vida de inocentes. A União Europeia e o Reino Unido também se prepararam para usar os ativos russos congelados para apoiar o esforço de defesa ucraniano.
À medida que os ataques se intensificam, a população ucraniana permanece resiliente, enquanto o governo de Kiev segue reforçando suas defesas e buscando apoio contínuo da comunidade internacional.
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