Direita coloca cidadãos comuns no palco, enquanto a esquerda depende de celebridades

Na Caminhada pela Anistia, famílias de presos do 8 de janeiro assumem protagonismo, mostrando força e coerência frente à postura teatral

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

A direita brasileira marcou para o dia 7 de outubro, às 16h, em Brasília, a “Caminhada pela Anistia”, ato que pretende dar visibilidade às famílias de apoiadores presos após os eventos de 8 de janeiro. Diferente da esquerda, que recentemente realizou manifestações com a presença de artistas renomados, a direita decidiu colocar no centro os familiares dos considerados injustiçados.

O evento foi convocado por lideranças conservadoras, parlamentares e familiares de detidos, com a participação de nomes de peso como Michelle Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, Rogério Marinho, Nikolas Ferreira, Bia Kicis, Gustavo Gayer, Sóstenes Cavalcante e Magno Malta, além do pastor Silas Malafaia.

O pastor Silas Malafaia já deixou claro o tom da mobilização: “Os artistas são as famílias das pessoas injustiçadas”. A fala foi uma alfinetada direta às manifestações da esquerda, que reuniram multidões em setembro embaladas por shows de músicos que historicamente se beneficiaram de leis de incentivo cultural.

Enquanto a esquerda usa artistas famosos como vitrine de suas bandeiras políticas, a direita aposta na força moral das famílias, apresentando o ato como uma mobilização popular autêntica.

Segundo os organizadores, a caminhada tem como objetivo pressionar o Congresso a votar a anistia, considerada por eles um ato de justiça diante de prisões, processos e perseguições que teriam ultrapassado limites razoáveis.

Flávio Bolsonaro reforçou esse posicionamento ao afirmar que “os deputados precisam sentir a força do povo”, destacando que a mobilização será pacífica, mas firme.

A “Caminhada pela Anistia” também é apresentada como um contraponto às incoerências da esquerda. Isso porque, em 1979, durante a ditadura, setores da esquerda foram beneficiados pela anistia política e defenderam o projeto de forma apaixonada. Hoje, quando o tema ressurge com outra configuração, esses mesmos setores mudaram de posição, criticando qualquer proposta ligada à direita.

A direita vê nessa postura uma clara demonstração de oportunismo político, já que princípios que antes eram exaltados agora são rejeitados simplesmente porque atingem adversários.

Um dos pontos mais destacados pelos organizadores é a escolha de não contar com shows musicais, mas com a presença das famílias dos presos. Para os líderes conservadores, o palco deve ser ocupado por aqueles que sentem na pele o impacto das decisões políticas e judiciais, e não por celebridades que usam sua visibilidade para defender partidos ou governos.

A direita encara a manifestação de 7 de outubro como um teste de força, tanto nas ruas quanto dentro do Congresso. Quanto maior a adesão, maior será a pressão sobre deputados e senadores para avançarem com a pauta da anistia.

Para os conservadores, o ato não é apenas sobre os presos do 8 de janeiro, mas sobre algo maior: a defesa da liberdade, a denúncia de perseguições políticas e a busca por coerência, valores que, segundo eles, a esquerda abandonou em nome da conveniência.

Enquanto a esquerda recorre a artistas e narrativas culturais para fortalecer sua pauta, a direita se mobiliza em torno de famílias e cidadãos comuns. A “Caminhada pela Anistia” promete ser uma demonstração de força política e moral, expondo as contradições da esquerda e reforçando a mensagem de que a luta não é por privilégios, mas por justiça e coerência.

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