
Com discurso voltado à recuperação econômica e à proteção dos interesses tchecos, o ex-premiê Andrej Babiš lidera o ressurgimento do conservadorismo pragmático no Leste Europeu
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
O bilionário Andrej Babiš, ex-primeiro-ministro da República Tcheca, volta ao centro do poder europeu após a expressiva vitória de seu partido, o Ação dos Cidadãos Insatisfeitos (ANO), nas eleições parlamentares realizadas neste fim de semana.
Com 34,7% dos votos, o movimento liderado por Babiš superou amplamente a coalizão governista Spolu, do atual premiê Petr Fiala, que obteve cerca de 23,2%, segundo o Escritório de Estatísticas tcheco.
“Os cidadãos nos deram um mandato claro para mudar o rumo do país”, afirmou Babiš ao comemorar o resultado nas urnas. Ele destacou que seu governo será pautado pela reconstrução da economia, redução de impostos e defesa das famílias tchecas.
Com o avanço do ANO, o partido se torna a principal força da Câmara dos Deputados, consolidando o retorno de uma liderança que promete devolver estabilidade, crescimento e soberania nacional à República Tcheca.
Durante a campanha, Babiš defendeu uma política migratória mais rígida, priorizando a segurança das fronteiras e o emprego para os cidadãos locais. Também reforçou seu compromisso em reduzir a dependência econômica da União Europeia e proteger os interesses do país nas decisões internacionais.
Ex-empresário bem-sucedido e conhecido pela eficiência administrativa, Babiš destacou que pretende aplicar ao governo o mesmo pragmatismo que o levou a construir um dos maiores grupos econômicos do país, o Agrofert. Ele nega as acusações de corrupção levantadas por adversários políticos e afirma que o foco agora é unir o país em torno de soluções concretas para os desafios econômicos.
Em meio à insatisfação popular com a inflação e o alto custo de vida, o discurso de valorização nacional, defesa das famílias e alívio fiscal encontrou eco em grande parte do eleitorado. “O povo quer resultados, não promessas vazias”, resumiu o líder tcheco.
Ao sinalizar moderação nas relações internacionais — “somos pró-União Europeia e pró-Otan, mas sempre em defesa dos nossos interesses” —, Babiš se apresenta como um representante do novo conservadorismo europeu, que busca equilíbrio entre integração e soberania.
Seu retorno marca um reacendimento do protagonismo da República Tcheca no cenário europeu e simboliza a força crescente dos movimentos que defendem fronteiras seguras, responsabilidade fiscal e respeito à vontade popular.
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