OMS alerta que 1 em cada 5 adultos no mundo ainda é dependente do tabaco

Foto: Pixabay
Apesar da queda no número de fumantes nas últimas décadas, tabaco ainda provoca milhões de mortes evitáveis; aumento do uso de cigarros eletrônicos entre jovens preocupa autoridades de saúde
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

A epidemia do tabagismo continua sendo uma das maiores ameaças à saúde pública mundial. Segundo um relatório divulgado nesta segunda-feira (6) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 5 adultos ainda é dependente do tabaco, mesmo após uma redução significativa no número global de fumantes nas últimas décadas. O avanço do uso de cigarros eletrônicos, especialmente entre adolescentes, acende um novo alerta para governos e especialistas.

O relatório global da OMS revela que o número de usuários de tabaco caiu de 1,38 bilhão em 2000 para 1,2 bilhão em 2024, uma redução de 27% desde 2010. Ainda assim, o tabaco continua sendo a principal causa evitável de doenças graves, como câncer e problemas respiratórios, além de gerar milhões de mortes todos os anos.

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, elogiou os avanços obtidos, mas alertou para a necessidade de maior vigilância contra novas estratégias da indústria do tabaco. Segundo ele, “os fabricantes estão direcionando agressivamente novos produtos de nicotina aos jovens, colocando em risco décadas de progresso na redução do tabagismo”.

Crescimento do uso de cigarros eletrônicos

Pela primeira vez, a OMS apresentou estimativas sobre o uso global de cigarros eletrônicos: mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo utilizam esses produtos. Desse total, 86 milhões são adultos e 15 milhões são adolescentes entre 13 e 15 anos. Em países com dados disponíveis, os jovens têm nove vezes mais probabilidade de usar cigarros eletrônicos do que os adultos.

Etienne Krug, diretor do Departamento de Promoção da Saúde da OMS, afirmou que os cigarros eletrônicos “estão alimentando uma nova onda de dependência de nicotina” e ressaltou que, embora sejam apresentados como uma alternativa menos prejudicial, “na prática, estão atraindo adolescentes e perpetuando o vício”.

Mulheres avançam mais na redução do tabagismo

Entre 2000 e 2024, tanto homens quanto mulheres reduziram o consumo de tabaco, mas o avanço foi mais rápido entre as mulheres. Elas atingiram a meta global de redução de 30% até 2025 cinco anos antes do prazo, em 2020. A prevalência entre mulheres caiu de 11% em 2010 para 6,6% em 2024, com o número de usuárias caindo de 277 milhões para 206 milhões.

Entre os homens, a prevalência caiu de 41,4% para 32,5% no mesmo período, mas cerca de 1 bilhão ainda usa produtos de tabaco, representando mais de 80% do total mundial. A OMS prevê que a meta de redução só será alcançada entre os homens em 2031, três anos após o prazo estipulado.

Diferenças regionais

O estudo aponta contrastes marcantes entre as regiões do mundo. O Sudeste Asiático liderou a redução, com a prevalência entre os homens caindo pela metade desde 2000. A África apresenta a menor taxa global, de 9,5%, mas o número absoluto de fumantes ainda cresce devido ao aumento populacional.

Nas Américas, a prevalência caiu para 14%, enquanto na Europa permanece a mais alta do mundo, com 24,1% dos adultos fumando. As mulheres europeias lideram o consumo feminino global, com 17,4%. Já na região do Mediterrâneo Oriental, o tabagismo continua a crescer em alguns países, enquanto o Pacífico Ocidental apresenta o progresso mais lento, com 43,3% dos homens ainda fumantes.

Desafios e necessidade de ação urgente

Segundo o relatório, o ritmo atual de queda no consumo de tabaco não é suficiente para atingir a meta global de redução de 30% até 2025. A prevalência projetada para o próximo ano é de 19,2%, ligeiramente acima do objetivo de 18,3%.

Jeremy Farrar, diretor-geral adjunto da OMS para Promoção da Saúde, ressaltou que “o mundo fez progressos significativos, mas ainda cerca de 20% dos adultos usam produtos de tabaco ou nicotina”, destacando que os esforços não podem diminuir neste momento.

Um combate contínuo pela saúde pública

A OMS lembra que o tabaco continua sendo responsável por milhões de mortes anuais e por sobrecarregar os sistemas de saúde. Para a organização, a vitória contra a epidemia só será alcançada com a adoção de políticas mais rígidas, combate à influência da indústria do tabaco e proteção das novas gerações contra a dependência de nicotina.

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