
Proposta do deputado retira a exigência de “fins pacíficos” do uso de energia nuclear e permitiria ao Brasil fabricar bombas atômicas para fins de dissuasão
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
O Brasil entrou no centro de um debate geopolítico e de segurança internacional após o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza o país a desenvolver e produzir armas nucleares. A medida, que retira a exigência constitucional de uso “exclusivamente pacífico” da energia nuclear, abre espaço para a fabricação de bombas atômicas em caso de ameaças à integridade territorial ou ataques com armas de destruição em massa.
O que a PEC propõe
A Constituição Federal de 1988, no artigo 21, inciso XXIII, determina que “toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional”.
A PEC apresentada por Kataguiri propõe a retirada da expressão “fins pacíficos” e autoriza o Brasil a usar armas nucleares em duas situações:
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Grave ameaça de conquista do território nacional.
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Fundada ameaça de uso de armas de destruição em massa contra o país.
O texto também prevê que, caso o Brasil seja alvo de armas nucleares ou outras de destruição em massa, poderá retaliar com armamento atômico.
Além disso, a PEC sugere a saída do Brasil de tratados e acordos internacionais de não-proliferação nuclear, como o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), do qual o país é signatário desde 1968.
Para começar a tramitar, a proposta precisa do apoio mínimo de 171 deputados, cujas assinaturas ainda estão sendo recolhidas.
Justificativa do autor
Na justificativa, Kataguiri argumenta que a mudança é necessária diante do “atual cenário de reconfiguração geopolítica mundial”.
“A segurança internacional voltou a ser pautada pela capacidade de dissuasão e pela autonomia tecnológica em matéria de defesa. Ao propor a autorização constitucional para o desenvolvimento de armas nucleares com fins exclusivamente dissuasórios, o texto não prega o belicismo, mas a preservação da paz por meio da força”, escreveu o deputado.
O parlamentar citou o artigo 51 da Carta das Nações Unidas, que reconhece o direito de autodefesa dos Estados, e afirmou que a PEC busca garantir a soberania, a autodeterminação dos povos e a integridade territorial do Brasil.
Próximos passos
Caso obtenha as assinaturas necessárias, a PEC será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados e, se aprovada, seguirá para votação em dois turnos no plenário da Câmara e do Senado.
Para ser promulgada, precisará do apoio de três quintos dos parlamentares em cada Casa — 308 deputados e 49 senadores.
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