Aldeia Ka’Aguy-Porã protesta contra as obras de Resort Espanhol no Rio de Janeiro | BR

Imagem: Maricá Total

O povo indígena da aldeia  Tekoa Ka’ Aguy Ovy Porã (Mata Verde Bonita), em São José do Imbassaí, fizeram um protesto contra a construção do complexo turístico MARAEY, na Restinga de Maricá na manhã da última segunda-feira, 17.

Imagem: LSM Notícias

A comunidade indígena Guarani da Aldeia Ka’Aguy-Porã expressou em forma de protestos sua grande insatisfação sobre a construção do mega empreendimento imobiliário “MARAKEY” da empresa espanhola, IDB Brasil, que está prestes a ser implementado na Restinga de Maricá, que fica localizado na cidade de Maricá, no estado do Rio de Janeiro – Brasil.

Essa é a famosa “Briga de cachorros Grandes” pois envolve uma série de negligências, omissões, conivências e inércias dos poderes públicos federal brasileiro, estadual (RJ) e possivelmente do município de Maricá, diante deste antigo conflito socioambiental e fundiário, para a posse de terras públicas em meio a uma reserva ambiental conservada e estadual onde povos indígenas da etnia Guaraní vivem e também a comunidade pesqueira, que vive de maneira honesta à sustentar suas famílias com o trabalho de gerações.

Em nota a assessoria de imprensa da Aldeia Ka’Aguy-Porã, informou que a restinga de Marica tornou-se um teatro de uma luta ideológica entre o caminho “desenvolvimentista” e o modelo “ambientalista” que  permitiria atingir a felicidade econômica.

-Quais argumentos levantam uma empresa estrangeira e uma prefeitura a convencer que um bloco de cimento numa APA (Área de Proteção Ambiental) é “legal” ? (…) O projeto social de compensação ao resort devia ser um conjunto de projetos a favor dos indígenas do Estado do Rio.

-É ético compensar, mesmo com coisas boas, uma coisa muito ruim ? Se não for ruim, precisava de “Projeto de Compensação” ?

Imagem: Maricá Total

Os indígenas afirmam que as áreas históricas da aldeia estão sendo destruídas ainda na fase inicial das obras, que começaram no dia 03 de abril e estão acontecendo na APA. “Estão acabando com uma área histórica indígena de Maricá. Essa obra é totalmente ilegal e estamos desprotegidos. Pedimos socorro a todos os órgãos públicos”, disse um dos líderes da aldeia. 

Imagem: site “Conheça Maricá”.

De acordo com a assessoria dos Ka’Aguy-Porã, há alguns dias a obra iniciou e está destruindo a cobertura vegetal local. Outra triste realidade é a restrição de circulação dos indígenas na reserva, o que prejudica a coleta do sapé para construção de suas OCAS (casas) e das jovens índias que não podem mais  caminhar pelos campos onde encontravam sementes para fazer seus artesanatos.

Em nota (disponibilizada ao Jornal LSM de Maricá – RJ), A IDB Brasil, proprietária do empreendimento, afirmou que a obra é totalmente legal e segue cumprindo todos os protocolos e autorizações dos órgãos competentes. “A empresa informa que, não há decisão judicial vigente que impeça o desenvolvimento do empreendimento e que, cumprindo todos os protocolos e autorizações dos órgãos competentes, iniciou as obras de infraestrutura do empreendimento em 03 de abril de 2023.

 

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