Sem ajuda federal, Cláudio Castro enfrenta avanço do tráfico e limitações impostas pelo STF em meio a 64 mortes nas comunidades
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta terça-feira (28) que o governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), negou três pedidos de apoio das Forças Armadas para operações policiais em território fluminense. As declarações foram feitas ao comentar a operação contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, que já resultou em 64 mortes.
Segundo Castro, os pedidos de blindados foram recusados sob a justificativa de que seria necessária a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), operação que envolve pessoal federal.
“Já pedimos os blindados algumas vezes e todos foram negados. Falaram que tinha que ter GLO, porque o servidor que opera o blindado é federal. E o presidente é contra a GLO. Cada dia nós temos uma razão de não”, afirmou o governador, reforçando a crítica à postura do Executivo federal.
O governador também criticou a ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que limita operações policiais em comunidades, autorizando ações apenas em situações urgentes.
“Essa medida, imposta durante a pandemia, é maldita. Os suspeitos presos na megaoperação de hoje são filhotes da ADPF”, disse Castro. Ele afirmou que, devido às restrições, líderes do tráfico de outros Estados teriam migrado para o Rio de Janeiro.
Sobre a operação, que Castro classificou como “fundamental depois de cinco anos de ADPF, muitas barricadas, muitas dificuldades”, o governador destacou a atuação das polícias estaduais.
“As polícias com muita coragem estão trabalhando desde cedo. Não temos ajuda das forças de segurança federais, nem do Ministério da Defesa. É o Rio de Janeiro sozinho”.
A crise no Rio de Janeiro vai muito além da violência: é o retrato de um país onde a segurança pública se tornou campo de disputa política. Sem apoio das Forças Armadas e com restrições impostas por decisões judiciais, governadores enfrentam sozinhos facções cada vez mais armadas. Enquanto o governo federal hesita em agir, quem paga o preço é o cidadão comum, encurralado entre o poder do tráfico e a ausência do Estado.
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