Famílias e colegas dos agentes enfrentam perda trágica enquanto a violência nas favelas aumenta
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Na manhã desta terça-feira (28/10/2025), o Rio de Janeiro registrou uma das perdas mais significativas de sua história recente em operações de segurança: quatro policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) morreram durante uma megaoperação contra o Comando Vermelho (CV), nos complexos do Alemão e da Penha.
Os agentes que faleceram foram identificados como Marcus Vinícius, Rodrigo Velloso, e os 3° Sargentos Bonfim e Heber. Segundo informações da Polícia Militar, eles estavam atuando em um confronto armado intenso com integrantes de organizações criminosas que dominam áreas estratégicas dessas comunidades.
O contexto da operação
A megaoperação foi planejada após intensificação das atividades do CV nos últimos meses, incluindo ataques a outras regiões do Rio de Janeiro e aumento da violência local. As ações envolveram centenas de policiais militares e civis, com apoio de unidades especializadas, mas enfrentaram dificuldades devido a barricadas, tiroteios e ao acesso limitado a blindados e recursos federais.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), lamentou a morte dos policiais e criticou a negativa do governo federal em fornecer apoio das Forças Armadas durante a operação.
“As polícias com muita coragem estão trabalhando desde cedo. Não temos ajuda das forças de segurança federais, nem do Ministério da Defesa. É o Rio de Janeiro sozinho”, afirmou.
Quem eram os policiais
Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51 anos, atuava na Polícia Civil do Rio de Janeiro. O policial foi atingido por um disparo na cabeça e morreu na manhã desta terça-feira durante a operação
Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, era recém-ingressado na Polícia Civil do Rio de Janeiro, com apenas 40 dias de corporação. Ele foi atingido por um tiro na nuca durante um confronto e não resistiu. Cabral estava lotado no 39º DP (Pavuna) e deixa esposa e uma filha.
Sargento Cleiton Serafim Gonçalves, de 42 anos, atuava no BOPE, com especialização em tiros e apoio tático durante operações. Ele foi atingido por um tiro no abdômen durante um confronto e deixa esposa e filha enlutadas.
Sargento Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, atuava no BOPE e era especialista em tiros de precisão. Ele morreu durante um confronto com traficantes no Complexo do Alemão, deixando esposa e filhos enlutados.
Todos tinham histórico de ações de combate ao tráfico e resgate de civis em áreas de conflito, sendo respeitados tanto dentro da corporação quanto na comunidade por sua postura ética e profissional.
Impacto da operação
A operação, além de resultar na morte desses quatro policiais, envolveu intenso confronto com criminosos, reforçando a gravidade da situação de segurança nas favelas do Rio de Janeiro. Até o momento, não há informações oficiais sobre o número de criminosos mortos ou presos durante a ação, mas o episódio evidencia a tensão extrema enfrentada pelos agentes públicos na linha de frente do combate ao tráfico.
Especialistas em segurança pública alertam que a falta de recursos adequados, como blindados e suporte federal, aumenta significativamente o risco para policiais em operações urbanas de grande porte.
Homenagem e repercussão
As mortes provocaram manifestações de luto e homenagem em todo o estado. Familiares, colegas e autoridades prestaram solidariedade às famílias dos policiais mortos. O BOPE, em nota oficial, afirmou.
“Perdemos quatro guerreiros que deram a vida pela segurança da população do Rio de Janeiro. Suas ações e coragem jamais serão esquecidas”.
O episódio reforça o debate sobre a necessidade de maior apoio logístico e estratégico para operações de segurança em regiões dominadas por organizações criminosas, além da valorização e proteção dos agentes públicos que arriscam suas vidas diariamente.
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