Moradores enfrentam superlotação nos trens e metrôs e fechamento antecipado de comércios e serviços
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
O Rio de Janeiro vive nesta terça-feira, 28 de outubro de 2025, um dia marcado pelo medo e pela insegurança. Uma megaoperação policial, iniciada nas primeiras horas da manhã nos complexos do Alemão e da Penha, transformou a cidade em um cenário de tensão e pânico, deixando 64 mortos — incluindo dois policiais civis e dois agentes do Bope — e resultando na prisão de 81 criminosos.
Para milhares de cariocas, a volta para casa se tornou uma corrida contra o tempo. Escolas, comércios e órgãos públicos encerraram atividades mais cedo, enquanto os transportes públicos precisaram antecipar horários e reforçar linhas para atender à demanda crescente de passageiros.
Quando o dia vira tormento: depoimentos da insegurança no Rio
Nos trens e metrôs, o que era rotina virou teste de resistência. “Peguei o metrô, e ele estava superlotado. Não tem espaço nunca. É muito frustrante você sair do trabalho e passar por esse tipo de situação, sem conseguir nem concluir um dia de serviço em paz”, desabafa Michelle, divulgadora de vendas, que saiu de Copacabana tentando chegar à Baixada Fluminense.

Yuri Germano, de 25 anos, morador do Complexo da Penha, testemunhou de perto o início do caos: “Quando abri a janela, já vi a fumaça preta. Era fogo nas barricadas. Nem parecia que era dia, parecia uma guerra.” Preocupado com a família, ele precisou improvisar e planeja passar a noite na casa da esposa para garantir a segurança. “Minha mãe me mandou mensagem: ‘Vê se tem como você dormir no trabalho, porque não dá para vir para casa’. Eu saí às 5h20 e consegui chegar, mas a preocupação me acompanhou o dia todo”, relata.

Em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, a cuidadora de idosos Valesca Toledo, de 41 anos, sentiu o impacto no transporte: “O metrô e os trens estão funcionando, mas a diferença é enorme. Muitas viagens paradas, trânsito ruim, é visível que a cidade está vivendo um dia fora do normal.”
Para os moradores da Zona Norte, a operação trouxe não apenas caos logístico, mas medo real. Barricadas, tiros e confrontos próximos às casas deixaram famílias isoladas, receosas de sair. “Nem dá para sair, porque bala não tem destino. Só podemos torcer para que todos fiquem bem”, conta Yuri, visivelmente abalado.

Enquanto a cidade tenta retomar alguma normalidade, o dia de hoje será lembrado como uma segunda-feira de guerra no Rio de Janeiro, onde o simples ato de voltar para casa se transformou em um verdadeiro pesadelo para milhares de cariocas.

Enquanto a operação segue nos complexos do Alemão e da Penha, a cidade permanece em alerta. Para os cariocas, cada rua, cada metrô e cada esquina se tornaram imprevisíveis, lembrando que, em um dia como hoje, o simples ato de voltar para casa pode se transformar em um teste de coragem e resistência. A rotina interrompida, o medo constante e a insegurança mostram que, para muitos, o Rio de Janeiro viveu uma terça-feira marcada pelo pânico e pela incerteza.
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