Polícia prende o décimo suspeito pela morte do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes em São Paulo

Prisão reforça investigações sobre possível ligação do crime com o PCC e reacende alerta sobre o avanço do crime organizado no país

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

A Polícia Civil de São Paulo prendeu, nesta segunda-feira 3, de outubro de 2025, o décimo suspeito de envolvimento no assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, morto em setembro na cidade de Praia Grande, no litoral paulista. O suspeito, identificado como Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, foi detido durante uma operação que contou com apoio de equipes especializadas e informações de inteligência.

O ex-delegado, que atuou por mais de quatro décadas na polícia, era conhecido por sua trajetória de enfrentamento ao crime organizado e por ter comandado investigações que resultaram na prisão de diversas lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos anos 2000.

Execução brutal em via pública

De acordo com as investigações, Ruy Ferraz conduzia seu veículo por uma avenida da cidade quando foi atingido por um ônibus após uma colisão provocada por criminosos. Em seguida, homens armados com fuzis desceram de outro carro e efetuaram diversos disparos, executando o ex-delegado ainda no local.

Imagens de câmeras de segurança registraram toda a ação, que durou menos de um minuto e demonstrou alto grau de planejamento e precisão, característicos de crimes encomendados.

Linha de investigação aponta para o crime organizado

A Delegacia de Homicídios de Santos conduz as apurações e trabalha com a hipótese de que a execução esteja relacionada à atuação de Ruy Ferraz contra o PCC. Fontes próximas à investigação afirmam que o ex-delegado vinha recebendo ameaças desde o início do ano e que havia reforçado medidas de segurança pessoal.

Segundo os investigadores, o grupo envolvido no crime seria formado por integrantes com passagens por tráfico de drogas, homicídios e associação criminosa. Parte dos suspeitos já havia sido presa em outras operações recentes da Polícia Civil.

Repercussão e histórico de atuação

Ruy Ferraz Fontes foi delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo entre 2019 e 2021, período em que implementou ações de combate à lavagem de dinheiro e ao tráfico de entorpecentes. Ele também foi responsável por coordenar investigações que desarticularam esquemas financeiros do PCC e resultaram na prisão de criminosos de alta periculosidade.

Sua morte causou grande comoção entre colegas de corporação e ex-integrantes da cúpula da segurança pública paulista. O atual delegado-geral, Artur Dian, classificou o assassinato como “um ataque direto ao Estado e às forças da lei”.

Próximos passos da investigação

Com a prisão do 10º suspeito, a Polícia Civil busca agora identificar quem ordenou o crime e quais foram as motivações específicas. Os investigadores acreditam que o assassinato foi planejado com antecedência e executado por uma célula do crime organizado com atuação no litoral paulista.

A Secretaria de Segurança Pública informou que todas as provas estão sendo analisadas e que as autoridades não descartam novas prisões nos próximos dias.

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