Brasil registra mais de 10 mil casos da febre do Oropouche em 2025 e quatro mortes confirmadas

Foto: internet
A doença, historicamente restrita à Amazônia, avança para outros estados e preocupa autoridades por riscos materno-infantis
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

O Brasil já contabiliza mais de 10 mil casos da febre do Oropouche em 2025 e confirmou até o momento quatro mortes, segundo boletins recentes do Ministério da Saúde. A infecção pelo vírus OROV, causada principalmente pela picada de maruins (mosquitos do gênero Culicoides paraensis), era antes restrita à região amazônica, mas agora se espalha por estados das regiões Sudeste, Nordeste e Sul, elevando o grau de alerta em saúde pública.

Situação epidemiológica atual

De acordo com relatórios da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 2024 foram confirmados mais de 16 mil casos de OROV na Região das Américas, dos quais quase 14 mil ocorreram no Brasil, incluindo quatro mortes.
Em 2025, entre as primeiras semanas epidemiológicas do ano, já foram registrados 3.678 novos casos.
Um levantamento de maio de 2025 informa que até 16 de maio o país registrava 10.072 casos e quatro mortes confirmadas.
A expansão territorial é evidente: o vírus, antes restrito à Amazônia, já foi detectado em 23 dos 27 estados brasileiros até fevereiro deste ano.
Em estados da Região Sudeste, como o Espírito Santo, foram relatados casos materno-infantis com detecção de RNA viral em placenta, o que levanta alerta para possíveis complicações em gestantes.

Sintomas, transmissão e riscos

A febre do Oropouche é causada por um arbovírus da família Peribunyaviridae.
É transmitida principalmente pela picada de maruins (Culicoides paraensis) e possivelmente por outros mosquitos.
Os sintomas iniciais lembram doenças como a dengue: febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, náuseas e diarreia.
Embora a maioria dos casos seja leve, foram relatadas complicações graves, incluindo infecções em gestantes, transmissão vertical, abortos espontâneos e casos de microcefalia em bebês, conforme investigação recente no Espírito Santo.

O que torna a situação preocupante

A rápida expansão do vírus para fora da Amazônia indica que populações antes não expostas estão vulneráveis, com menor imunidade.
As quatro mortes confirmadas no Brasil em 2025 aumentam a atenção das autoridades, já que historicamente a letalidade da doença era considerada muito baixa.
A ausência de vacina ou tratamento específico torna a vigilância, a prevenção e o controle vetorial ainda mais urgentes.
A sobreposição de sintomas com outras arboviroses, como dengue, chikungunya e zika, também dificulta o diagnóstico e pode causar subnotificação.

Medidas de prevenção recomendadas

  1. Usar repelentes eficazes e roupas que protejam braços e pernas.

  2. Instalar telas em janelas e portas, e utilizar redes de proteção contra o vetor — maruins são menores que mosquitos comuns.

  3. Eliminar criadouros e áreas de reprodução dos insetos, especialmente locais úmidos e com vegetação densa.

  4. Fortalecer a vigilância em áreas com casos confirmados e testar pacientes com febre semelhante à da dengue.

  5. Redobrar cuidados com gestantes, acompanhando de perto qualquer febre ou mal-estar.

A febre do Oropouche, ainda pouco conhecida pela maioria da população, já representa uma ameaça crescente no Brasil. Com mais de 10 mil casos em 2025, quatro mortes confirmadas e avanço geográfico fora da Amazônia, o cenário exige atenção imediata em vigilância epidemiológica, prevenção e informação à sociedade.
Para jornalistas e veículos de saúde, o momento é de comunicar com precisão e cobrar transparência das autoridades, a fim de conter uma possível nova epidemia que ameaça expandir-se silenciosamente.

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