Jeannette Jara e José Antonio Kast lideram a disputa presidencial em meio ao avanço da criminalidade e ao debate sobre imigrantes irregulares
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
Os chilenos voltam às urnas neste domingo (16) para escolher o novo presidente do país, em uma eleição marcada pela polarização ideológica e pela preocupação com segurança pública e imigração irregular — temas que dominaram o debate nacional nos últimos meses.
A disputa tem como favoritos Jeannette Jara, ex-ministra do Trabalho e candidata do Partido Comunista, e o advogado ultradireitista José Antonio Kast, conhecido por associar o aumento da criminalidade à presença de imigrantes sem documentação regular. As pesquisas apontam para um segundo turno em 14 de dezembro, com Jara à frente no primeiro, mas Kast levando vantagem em uma eventual rodada final.
Cerca de 337 mil estrangeiros sem documentação vivem atualmente no Chile, a maioria venezuelanos. Em cidades como Iquique, principal porta de entrada da imigração irregular, moradores relatam crescimento do tráfico de drogas, roubos e violência entre jovens. O número de homicídios triplicou na última década, impulsionando o clamor popular por medidas mais duras.
O ultradireitista Kast, de 59 anos, admirador de Augusto Pinochet, propõe a construção de um muro nas fronteiras, o envio de 3 mil militares para conter a entrada de imigrantes e a criação de prisões superseguras. Ele afirma que, caso eleito, iniciará um plano imediato de expulsão de imigrantes ilegais.
Do outro lado, Jeannette Jara, de 51 anos, promete reforçar a segurança, aumentar o efetivo policial e realizar um censo nacional de estrangeiros, além de defender o combate ao narcotráfico com medidas financeiras rigorosas, como o fim do sigilo bancário para criminosos.
Com cerca de 15,6 milhões de eleitores convocados, esta será a primeira eleição com voto obrigatório no país, e quem deixar de votar poderá pagar multa de até 100 dólares (cerca de R$ 527).
O pleito é visto como decisivo para o futuro político do Chile, num cenário em que o medo da violência supera o desejo por reformas sociais e o avanço da extrema direita reflete um movimento global de reação às crises migratórias e à insegurança.
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