Manifestantes ligados ao PSOL quebram segurança da cúpula e transformam o evento ambiental em palco de confusão e hipocrisia política
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
O que era para ser o grande símbolo do “Brasil verde” e da diplomacia ambiental de Luiz Inácio Lula da Silva se transformou em uma cena de caos e constrangimento internacional.
Na terça-feira (11), durante o segundo dia da COP30 em Belém (PA), um grupo de manifestantes de esquerda — entre eles integrantes do movimento Juntos, ligado ao PSOL, e representantes de comunidades indígenas — invadiu uma área restrita do evento, conhecida como Zona Azul, local de circulação exclusiva de delegações e autoridades estrangeiras.
O grupo forçou as portas, enfrentou seguranças e provocou uma confusão que deixou feridos e prejuízos à estrutura da conferência. Segundo relatos, o ato começou com cânticos e tambores, mas rapidamente saiu de controle quando os manifestantes tentaram atravessar o bloqueio. A segurança reagiu, e o que deveria ser um protesto simbólico se transformou em um confronto físico dentro de um dos espaços mais protegidos da cúpula.
Protesto que virou constrangimento
Durante a confusão, um dos líderes juvenis presentes, Augustin Ocaña, relatou que parte dos manifestantes gritava:
“Eles não podem decidir por nós sem nós.”
O cântico, segundo ele, representava a insatisfação com o distanciamento entre as lideranças indígenas e as decisões políticas da conferência.
A manifestação tinha como pano de fundo a crítica à exploração de petróleo na Margem Equatorial, projeto que conta com apoio direto do presidente Lula — e que vem sendo alvo de protestos até mesmo dentro da base aliada.
Entre os manifestantes, Helen Cristine, do movimento Juntos, expressou o sentimento de frustração com a condução do evento:
“A COP30 não representa os povos originários. A organização é voltada para os empresários”, afirmou.
“A exploração de petróleo na Foz do Amazonas está destruindo o meio ambiente”, concluiu.
Silêncio conveniente e contradição evidente
O episódio escancarou um contraste que o governo tenta disfarçar: quando a desordem vem da esquerda, o discurso muda. Nenhuma autoridade federal condenou o ato, nem utilizou termos como “extremismo” ou “golpismo” — os mesmos que são prontamente aplicados a qualquer manifestação conservadora.
A ausência de posicionamento do Planalto reforça a percepção de dois pesos e duas medidas: um governo que promete diálogo e tolerância, mas silencia diante da violência cometida por grupos aliados ideológicos.
Diplomacia abalada e imagem em risco
A repercussão negativa do tumulto abalou a imagem do evento, que já vinha sendo criticado por problemas de infraestrutura, altos custos e falta de organização.
O episódio reforçou a sensação de que a COP30, longe de ser um marco de união e sustentabilidade, se tornou uma vitrine política, usada para discursos, mas sem controle interno nem coerência entre fala e prática.
Um símbolo da hipocrisia política
O protesto violento dentro da COP30 acabou simbolizando algo maior: a face contraditória de um governo que se diz pacífico, mas alimenta divisões e protege aliados radicais.
Enquanto o país enfrenta problemas reais — desmatamento, economia frágil e insegurança pública —, o Planalto parece mais preocupado com narrativas do que com resultados.
O que era para ser uma conferência histórica terminou como um retrato fiel do atual cenário político brasileiro:
Um governo fragilizado, uma esquerda em crise e uma população cansada de discursos que não condizem com a realidade.
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