Remoção de painéis sobre soldados negros em cemitério americano na Holanda provoca revolta

Exibição que homenageava combatentes afro-americanos da Segunda Guerra foi retirada sem aviso, reacendendo debate sobre memória e representatividade
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

No sul da Holanda, o Netherlands American Cemetery and Memorial, em Margraten, virou centro de uma polêmica internacional após a retirada silenciosa de dois painéis que homenageavam soldados afro-americanos enterrados no local.

O cemitério, localizado na província de Limburg, abriga mais de 8 mil túmulos de militares americanos mortos na Segunda Guerra Mundial — entre eles, 174 soldados negros. Os painéis, instalados em 2023 no centro de visitantes, destacavam a luta dupla desses homens: contra o nazismo na Europa e contra a segregação racial nos Estados Unidos.

Por volta de meados de 2025, um dos painéis foi removido e o outro declarado “temporariamente fora de rotação” pela American Battle Monuments Commission (ABMC), responsável pela administração do espaço.

A decisão gerou forte reação. Historiadores, autoridades locais e familiares dos soldados classificaram a remoção como “indecente e inaceitável”. Uma comissão formada por 11 partidos políticos da região pediu a restituição imediata das peças ou a criação de um memorial permanente em homenagem aos chamados Black Liberators — os soldados negros que ajudaram a libertar a Holanda.

Entre os indignados está o sobrinho de um militar enterrado no local, que afirmou ter ficado “chocado” ao descobrir que o tributo ao tio havia desaparecido.

A ABMC defendeu-se dizendo que os painéis fazem parte de uma exposição rotativa, criada para apresentar diferentes narrativas históricas ao longo do tempo. “O painel com o técnico George H. Pruitt está fora de exibição, mas não retirado permanentemente”, afirmou a comissão em comunicado.

Mesmo assim, críticos apontam que a justificativa não explica por que o segundo painel — aquele que retratava a segregação no Exército americano — também foi removido. O episódio reacende discussões sobre como as nações escolhem lembrar o passado e quem tem o direito de ocupar espaço na memória coletiva.

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