Ex-presidente do INSS é preso por fraude bilionária ligada ao governo Lula

Operação Sem Desconto expõe esquema de corrupção e favorecimento político na Previdência

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quinta-feira (13) o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, em nova fase da Operação Sem Desconto, que apura fraudes bilionárias em benefícios previdenciários.

A operação, realizada com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), cumpre 63 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão preventiva ou medidas cautelares em 14 estados e no Distrito Federal. Segundo a PF, o rombo causado pelo esquema pode ultrapassar R$ 6,3 bilhões.

A prisão atinge o núcleo político do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já que Stefanutto é ligado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi, e foi indicado ao cargo com apoio direto do PDT, partido da base governista.

Esquema de fraudes e prejuízo a milhões de aposentados

As investigações mostram que o grupo atuava dentro do próprio INSS, manipulando sistemas e autorizando descontos indevidos em aposentadorias e pensões.

Associações de fachada criavam cobranças automáticas na folha de pagamento, prometendo planos de saúde e serviços inexistentes. Em troca, parte do dinheiro era repassada a servidores públicos e intermediários políticos.

Segundo a PF, o esquema funcionou entre 2019 e 2024, atravessando diferentes gestões, o que expõe falhas crônicas de fiscalização e possível conivência de autoridades.

Entre os crimes apurados estão organização criminosa, corrupção ativa e passiva, inserção de dados falsos e lavagem de dinheiro.

Ligação política e influência no governo Lula

Stefanutto ganhou espaço ainda no período de transição de governo, quando atuou como consultor na área de Previdência Social. Com o início do novo mandato de Lula, foi nomeado presidente do INSS por indicação direta de Carlos Lupi, presidente do PDT.

Em 2025, Stefanutto trocou o PSB pelo PDT, consolidando sua ligação com o grupo de Lupi. Após o avanço das investigações da Operação Sem Desconto, Lula determinou sua exoneração em abril de 2025. Mesmo fora do cargo, ele continuava vinculado à Advocacia-Geral da União (AGU).

Pressão política e desconforto no Planalto

A prisão de um nome ligado diretamente ao PDT e ao ministro Carlos Lupi gerou forte desconforto no Palácio do Planalto, que tenta conter o impacto político.

Nos bastidores, aliados tentam afastar a imagem de Lula do caso, mas a relação próxima entre Stefanutto e Lupi reacende críticas sobre o uso político de cargos estratégicos.

A oposição cobra a convocação de Carlos Lupi para prestar esclarecimentos na CPMI do INSS, já instaurada no Congresso.

Um dos maiores escândalos previdenciários do país

Com R$ 6,3 bilhões em prejuízos estimados, a Operação Sem Desconto é considerada pela PF um dos maiores escândalos previdenciários já descobertos no Brasil.

O caso expõe vulnerabilidades no sistema de autorizações do INSS, que permite que entidades externas realizem descontos diretos em benefícios sem checagem prévia.

A PF e a CGU investigam possíveis doações e contratos ligados a propinas de servidores e agentes políticos.

O que está em jogo para o governo Lula

O avanço das investigações coloca o governo Lula sob pressão crescente. O episódio atinge figuras próximas ao núcleo político da base e revela falhas estruturais em órgãos federais.

Dentro do Planalto, há preocupação com o efeito simbólico da operação, que reacende discursos sobre corrupção e má gestão.

Conclusão

A prisão de Alessandro Stefanutto marca um divisor de águas na Operação Sem Desconto e aproxima o escândalo do núcleo do governo Lula, pressionando o Planalto e reforçando a necessidade de revisão urgente dos mecanismos de fiscalização do INSS.

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