Michelle Bolsonaro denuncia perseguição e rompe com Soraya Thronicke após fala sobre 8 de Janeiro

Ex-primeira-dama acusa senadora de alimentar narrativa contra a direita e questiona ataques a advogados que defendem presos políticos

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) reagiu com indignação, nesta quinta-feira (13), a uma declaração da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) durante a sabatina do procurador-geral da República, Paulo Gonet, no Senado.

Durante a sessão, Soraya defendeu que advogados que representam os réus dos atos de 8 de Janeiro fossem investigados, insinuando que haveria “conluio” entre as defesas.

“A narrativa se repete com réus de Norte a Sul do país, assistidos por advogados de todos os lugares do Brasil. Parece-me que há alguém ou um conluio por trás deste tipo de comportamento”, disse a senadora.

A declaração caiu como uma bomba entre os conservadores e provocou reação imediata de Michelle Bolsonaro, que se manifestou nas redes sociais e republicou uma mensagem de repúdio à senadora:

Soraya Thronicke, senadora surfista da onda Bolsonaro e atual defensora dos advogados dos investigados na CPMI do INSS, do roubo de aposentados… Agora, na sabatina do Gonet, pede investigação contra os advogados das vítimas do 8 de janeiro. Surreal!!! Sério, não tô acreditando!!!”.

A reação de Michelle reflete a indignação de muitos conservadores, que veem nas falas de Soraya uma traição aos valores e à base que a elegeu. A senadora, que chegou ao Senado com apoio do bolsonarismo, hoje adota uma postura de confronto e alinhamento com o discurso da esquerda.

Durante a sabatina, Soraya tentou amenizar o impacto das próprias declarações, dizendo sentir-se “muito triste” ao fazer a denúncia, mas manteve o tom de suspeita:

“Mas, do jeito que defendo a OAB na CPMI, aqui preciso destacar os profissionais que, na minha observação técnica, impõem um ponto de interrogação enorme”, completou.

A sabatina, marcada por momentos de tensão política, terminou com a aprovação de Paulo Gonet para um novo mandato de dois anos à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR), por 45 votos a 26. Ele continuará no cargo até o fim de 2027.

Nos bastidores, aliados de Jair Bolsonaro classificaram as declarações de Soraya como “perseguição política disfarçada de discurso técnico”, apontando que até os advogados que exercem o direito de defesa estão sendo criminalizados injustamente.

“Querem calar todo mundo que ainda resiste. Agora, até quem defende os injustiçados do 8 de Janeiro virou alvo”, disse um assessor próximo da direita.

O embate entre Michelle e Soraya reforça a divisão que se abriu dentro do campo conservador e reacende o debate sobre o uso político da Justiça. Para a direita, o episódio marca mais um capítulo da crescente tensão entre figuras da direita, em um momento em que a liberdade de expressão e o direito de defesa voltam ao centro do debate nacional.

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