Deputado critica instabilidade institucional no Brasil e alerta que a indústria ainda sofre com a Tarifa-Moraes
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu à decisão do governo dos Estados Unidos de retirar a sobretaxa adicional de 40% aplicada a parte dos produtos agrícolas brasileiros. Segundo ele, a medida anunciada pela Casa Branca não é resultado de esforços diplomáticos do governo Lula, mas sim de interesses internos do governo Trump, que busca mostrar resultados econômicos antes das eleições de meio de mandato em 2026.
Em publicação nas redes sociais, Eduardo destacou:
“Pelos sinais que chegam, essa decisão tem origem interna. O governo americano precisa mostrar redução de preços antes das eleições.”
Crítica à Tarifa-Moraes e à instabilidade institucional
O deputado também voltou a criticar a chamada “Tarifa-Moraes”, a sobretaxa de até 50% que permanece sobre produtos industriais brasileiros, e a associou à crise institucional provocada por decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes.
“A Tarifa-Moraes é consequência da instabilidade causada por decisões do ministro Alexandre de Moraes, que já despertaram preocupação internacional e afetaram a confiança no Brasil. Sem segurança jurídica, nenhum país mantém relações econômicas estáveis”, escreveu.
Segundo Eduardo, a permanência dessa tarifa prejudica indústrias, trabalhadores e exportadores, e reforça a necessidade de o Brasil restabelecer previsibilidade institucional para garantir crescimento e relações comerciais confiáveis.
Produtos agrícolas beneficiados
A Casa Branca anunciou que foram excluídos da tarifa extra 249 produtos agrícolas, entre eles:
• Carne bovina
• Café
• Cacau
• Frutas e vegetais
• Nozes
• Açaí
A medida vale para produtos que ingressaram nos EUA a partir de 13 de novembro, permitindo inclusive o reembolso das tarifas cobradas nesse período.
Posicionamento oficial dos EUA
O governo americano explicou que a decisão ocorreu após análises de autoridades que monitoram os efeitos do Decreto Executivo nº 14.323, que instituiu a sobretaxa sobre o Brasil. Segundo o comunicado, houve progresso inicial nas negociações com Brasília, aliado à necessidade de reduzir a pressão sobre preços de alimentos nos EUA. Trump citou ainda uma conversa com o presidente Lula, ocorrida em outubro, como parte do processo diplomático em andamento.
Agronegócio aliviado, indústria em alerta
Apesar da flexibilização parcial, a sobretaxa industrial, conhecida como Tarifa-Moraes, permanece em vigor, sendo um dos principais pontos de atrito entre os dois países.
Enquanto o agronegócio brasileiro comemora a retomada da competitividade em produtos-chave, a indústria segue pressionada, aguardando os desdobramentos das negociações e impactos futuros sobre exportações e investimentos.
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