Regras mais rígidas: Reino Unido autoriza buscas invasivas em imigrantes ilegais nos portos

Novas prerrogativas permitem a retirada de roupas e inspeções na boca para localizar celulares, cartões SIM e rastrear redes de tráfico humano

Por Chico Gomes | GNEWSUSA

A polícia britânica agora poderá exigir que imigrantes em situação ilegal retirem casacos, jaquetas e luvas, além de permitir inspeções na boca, durante abordagens em portos do Reino Unido. O objetivo é localizar celulares, cartões SIM ou outros dispositivos usados para coletar informações sobre as rotas de viagem, anunciou o governo nesta segunda-feira.

Segundo o Ministério do Interior, as novas medidas devem reforçar investigações voltadas a desmantelar redes criminosas responsáveis por contrabandear migrantes através do Canal da Mancha — travessias que, neste ano, atingiram números recordes. Criminosos frequentemente utilizam contatos telefônicos e redes sociais para recrutar pessoas para a perigosa travessia em pequenos barcos partindo da França.

O governo trabalhista tem adotado uma posição cada vez mais rígida em relação à imigração ilegal, em meio à crescente pressão do Partido Reformista, que tem impulsionado um discurso anti-imigração. As novas regras devem receber o “consentimento real” nos próximos dias, etapa necessária para que entrem oficialmente em vigor.

Antes, buscas em celulares só eram permitidas após a prisão de um migrante. Agora, segundo o Ministério liderado por Shabana Mahmood, policiais poderão coletar informações de forma mais rápida durante as abordagens nos portos.

Pesquisas recentes mostram que a imigração superou a economia como principal preocupação dos eleitores britânicos, o que intensificou protestos, especialmente em hotéis que abrigam solicitantes de asilo.

Grupos de direitos humanos criticaram duramente as medidas, afirmando que elas expõem migrantes vulneráveis a práticas degradantes e potencialmente racistas. Para Sile Reynolds, chefe de defesa de asilo da organização Freedom from Torture, as novas buscas são “um ato distópico de brutalidade” contra pessoas já traumatizadas pela travessia do Canal da Mancha.

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