Presidente dos EUA endurece discurso, amplia foco para além da Venezuela e ameaça ações militares contra países envolvidos na produção e envio de drogas
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureceu novamente o tom contra a Venezuela e outros países latino-americanos ao declarar, nesta terça-feira (2), que nações envolvidas na produção ou venda de drogas destinadas ao mercado norte-americano poderão ser alvo de ataques militares. A afirmação foi feita ao final de uma reunião de gabinete marcada por elogios de assessores e reforça a estratégia de Washington de ampliar a repressão ao narcotráfico sob a justificativa de combater o chamado “narcoterrorismo”.
Segundo Trump, “qualquer um que fabrique drogas e as venda para o nosso país está sujeito a ataques — não apenas a Venezuela”. O presidente citou ainda a Colômbia como exemplo de país produtor, num momento em que as relações entre o governo colombiano e Washington já se encontram tensas. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, tem feito críticas públicas aos EUA e foi recentemente incluído na lista de sanções impostas pelo governo norte-americano.
Escalada militar crescente na região
Nos últimos meses, o governo Trump expandiu de forma significativa sua presença militar no Caribe e em áreas estratégicas do Atlântico. A atual missão na região conta com cerca de 15 mil militares, além de aeronaves de combate e navios de guerra, incluindo o porta-aviões USS Gerald Ford, considerado o maior da Marinha dos EUA.
Desde setembro, as Forças Armadas norte-americanas destruíram 21 embarcações classificadas como ligadas ao tráfico internacional, resultando em 83 mortes. A administração Trump afirma que as ações são parte de uma estratégia mais ampla de desarticulação de cartéis e organizações criminosas que abastecem o mercado de drogas dos Estados Unidos.
Paralelamente, a Casa Branca tem intensificado esforços diplomáticos e políticos para enquadrar o governo de Nicolás Maduro como patrocinador de atividades ligadas ao narcotráfico. Washington acusa Caracas de proteger o cartel de Los Soles, designado como organização terrorista internacional.
Possíveis ataques terrestres “em breve”
Trump também afirmou que a chamada Operação Lança do Sul — até então focada em operações aéreas e navais — poderá avançar para ações terrestres. “É muito mais fácil. Nós conhecemos os trajetos que eles percorrem. Sabemos tudo sobre eles. Sabemos onde eles moram”, disse o presidente, sugerindo que ofensivas por terra podem acontecer “muito em breve”.
Na semana anterior, o presidente já havia antecipado, em conversa com militares, que o espaço aéreo venezuelano deveria ser considerado “fechado”, em mais um indicativo de que o governo dos EUA planeja intensificar o cerco à Venezuela.
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