Bombardeios deixam regiões sem energia e aquecimento enquanto Moscou e enviados de Donald Trump discutem possível acordo de paz
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
A Rússia realizou, neste sábado (6), um novo ataque massivo contra a infraestrutura energética da Ucrânia, utilizando drones e mísseis em várias regiões do país. As ofensivas provocaram cortes de energia e apagões justamente às vésperas do inverno no hemisfério norte — um momento crítico para a população ucraniana — e ocorreram paralelamente ao avanço das negociações entre Moscou e representantes dos Estados Unidos para tentar pôr fim ao conflito.
Segundo o Exército ucraniano, foram lançados 653 drones e 51 mísseis durante a madrugada, dos quais 585 drones e 30 mísseis teriam sido interceptados. Horas depois, Kiev afirmou ter atingido uma refinaria em Riazan, nas proximidades de Moscou, sem divulgar detalhes adicionais.
Regiões afetadas e impactos no sistema energético
Os ataques comprometeram o fornecimento de energia em Zaporíjia, Lviv, Chernihiv e Dnipropetrovsk. A usina nuclear de Zaporíjia chegou a ficar cerca de 30 minutos sem eletricidade externa, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Dados do Ministério para o Desenvolvimento de Comunidades informam que 9,5 mil pessoas ficaram sem aquecimento e 34 mil, sem abastecimento de água.
Um centro ferroviário próximo a Kiev também foi atingido, danificando vagões e um armazém. A empresa pública de trens informou que ninguém ficou ferido.
“O governo russo segue ignorando esforços de paz e direcionando ataques às nossas infraestruturas civis essenciais, como energia e ferrovias”, afirmou o chanceler ucraniano Andrii Sibiha.
Pressão militar em meio às conversas diplomáticas
Nas últimas semanas, Moscou vem intensificando ofensivas contra instalações de geração e distribuição de energia na Ucrânia. Paralelamente, representantes do governo de Donald Trump têm conduzido conversas diplomáticas na capital russa, mas ainda não há sinais de avanço.
Relatos indicam que o Kremlin rejeitou propostas consideradas mais favoráveis a Kiev, incluindo negociações territoriais baseadas nas linhas de batalha atuais — o que manteria cerca de 15% da região estratégica de Donetsk sob controle ucraniano.
Enquanto isso, aliados europeus dos EUA e da Ucrânia, tradicionalmente defensores de uma solução mais benéfica para Kiev e de punições a Moscou, estão praticamente excluídos das negociações. Entre eles próprios, há divergências significativas, especialmente sobre o plano da Comissão Europeia de utilizar R$ 1,3 trilhão de reservas russas congeladas para lastrear um empréstimo que financiaria gastos da Ucrânia em 2026 e 2027.
A Bélgica, onde está concentrada a maior parte desses ativos, se posicionou contra a proposta, alertando para riscos de represálias e processos internacionais. O premiê Bart de Wever gerou controvérsia ao afirmar que “é ilusão acreditar que a Rússia pode perder a guerra”.
Cenário internacional ainda incerto
Sem uma derrota militar, avalia o governo belga, Moscou deverá ser reintegrada ao sistema econômico global e poderá exigir a devolução dos valores congelados — o que colocaria os países europeus como responsáveis pelo pagamento do empréstimo.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, reforçou neste sábado que os Estados Unidos seguem sendo o principal aliado europeu. A declaração surge no mesmo momento em que um novo documento estratégico do governo Trump aponta o continente como vítima de um “apagão civilizatório”, levantando dúvidas sobre a continuidade da relação de confiança entre EUA e Europa.
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