Passageiros relatam até seis horas de espera no Aeroporto Humberto Delgado; governo admite falhas técnicas e avalia plano de contingência
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
O Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, tem sido palco de longas filas e cenas de desorganização nas últimas semanas, especialmente na área de imigração. Na terça-feira (17), viajantes chegaram a enfrentar até seis horas de espera para passar pelo controle de fronteiras.
Relatos de passageiros apontam falta de informação, ausência de água e comida e longos períodos em pé. “A fila às vezes andava, às vezes travava completamente. Fiquei quase seis horas esperando”, contou um passageiro. Outra viajante descreveu a situação como “praticamente cinco horas em pé, sem qualquer apoio”.
No centro do problema está a implementação do novo sistema europeu de controle de entradas e saídas, o EES (Entry/Exit System), em funcionamento em Portugal desde o início de outubro. A ferramenta substitui os tradicionais carimbos no passaporte por um registro eletrônico com data, hora e local de entrada e saída de cidadãos de fora da União Europeia, para estadias de até 90 dias.
Segundo informações, falhas técnicas no sistema têm afetado principalmente passageiros fora do Espaço Schengen. A ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, admitiu que um dos servidores do Ministério da Administração Interna apresentou instabilidade durante a madrugada de terça-feira. “Não pifou completamente, mas por momentos pifou”, afirmou em audiência na Assembleia da República.
Além dos problemas técnicos, passageiros também denunciaram a escassez de atendentes. Apesar de o aeroporto contar com cerca de 15 guichês, apenas cinco ou seis estariam em funcionamento. A Polícia de Segurança Pública (PSP) afirmou operar no limite da capacidade e negou responsabilidade direta pelas falhas do sistema, destacando a falta de efetivo.
A ministra reconheceu que a formação de novos agentes é demorada e não oferece solução imediata. Já o presidente da ANA Aeroportos de Portugal, José Luís Arnaut, apontou problemas estruturais e de gestão de recursos humanos, especialmente nos primeiros voos da manhã, quando a chegada de novos passageiros se soma ao acúmulo da madrugada.
Com a proximidade das festas de Natal e Ano Novo, passageiros temem um agravamento do cenário. Diante disso, o governo português já admite a possibilidade de adotar um plano de contingência, incluindo a suspensão temporária do novo sistema, para evitar filas ainda maiores.
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