
Morreu, na madrugada desta segunda-feira (17/7), o músico João Donato, aos 88 anos, no Rio de Janeiro. A causa da morte ainda não foi divulgada. Donato era pianista, acordeonista, arranjador, cantor e compositor. O velório do artista será no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. O horário ainda não foi divulgado.
A morte foi confirmada por meio de um comunicado oficial. “Hoje o céu dos compositores amanheceu mais feliz: João Donato foi para lá tocar suas lindas melodias. Agora, sua alegria e seus acordes permanecem eternos por todo o universo”, informou a equipe do músico, por meio do Instagram.
Donato enfrentava uma série de problemas de saúde e, recentemente, tratou uma infecção nos pulmões. Em junho, conforme publicado pelo filho Donatinho, ele esteve internado.
“Vim passar uns dias para mimar o Big Donato, agora que ele teve alta do hospital. Ele pediu para eu cozinhar um dos pratos preferidos dele, o Spagabola (mais conhecido como Spaguetti a Bolognesa)”, publicou Danatinho, filho do compositor, no dia 30 de junho.
João Donato de Oliveira Neto, nasceu em 1934 em Rio Branco, no Acre. A paixão pela música começou ainda na infância e ele construiu uma carreira sólida e de sucesso. Aos 15 anos, ele já tocava sanfona no programa Manhãs na roça, de Zé do Norte — autor da trilha sonora do filme O cangaceiro, de Lima Barreto. Aos 22 anos, Donato gravou o primeiro disco, chá-dançante, em 1956, sob direção musical de Tom Jobim.
Em 1959 recebeu um convite do violonista nanai para se juntar ao grupo Bando da Lua, em Lake Tahoe, nos Estados Unidos (EUA) e ele não hesitou. Donato permaneceu em solo norte-americano por treze anos. Lá, ele gravou o disco A bad de Donato e compôs as músicas Amazonas, A Rã e Cadê Jodel. Donato é visto como um expoente da bossa nova, ao lado de João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Como arranjador, ele participou de discos de grandes nomes da música popular brasileira, como Gal Costa e Gilberto Gil.
Em 2016, Donato foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Instrumental, pelo álbum Donato Elétrico. O disco também foi eleito pela revista Rolling Stone Brasil como o 11º melhor álbum brasileiro daquele ano.
Embora também tenha alcançado o posto de um dos principais nomes do movimento, Donato extrapolou os limites da música popular brasileira e explorou ritmos como jazz, samba e sons latinos.
O músico lançou o último álbum em 2022 “Serotonina” o primeiro solo de canções inéditas em 20 anos. O projeto marcou a estreia de parcerias com compositores como Céu e Rodrigo Amarante.
“Serotonina é a substância do prazer, do bem-estar. E uma boa música pode trazer tanto prazer que é como uma dose de serotonina pura, 10ml, na veia, de manhã e em jejum! Então, o importante é tocar músicas que trazem essa serotonização, para ouvir e se encharcar de prazer”, disse Donato, em texto enviado à imprensa, à época.
A redação GN USA WEB TV se solidariza com a dor da família “Recebam nossas condolências e amor nesse momento. Que vocês tenham força e paz para passarem por esse momento de dor.”
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