Caso Qin Gang: Sumiço de Ministro de Relações Internacionais e Parlamentares chineses geram especulações sobre possível enfraquecimento do governo

Imagem da Internet

De acordo com matéria escrita por um correspondente da CNN US, Ministro de Relações Exteriores da China, Qin Gang, 57 anos, não é visto em público desde 25 de Junho(2023), quando se reuniu com o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Andrei Rudenko, em Pequim.

Em meio a um longo histórico de conflitos diplomáticos e comerciais, Qin Gang, que até o ano passado era um diplomata da China nos Estados Unidos, conhecido como cuidadoso e competente. Qin chegou a criticar estratégia de reestruturação do papel dos EUA na região Indo-Pacífico antes de seu desaparecimento, e deu declarações polêmicas sobre o posicionamento da China em relação a guerra Rússia x Ucrânia, que tem se mostrado ainda mais autoritária nos últimos anos sob a liderança de Xin Jinping.

Segundo o ministro chinês, tal estratégia visa conter a China, e disse ainda que o Governo americano planeja uma “versão asiática da OTAN”. O Ministro das Relações Exteriores da China destacou a questão de Taiwan como a “primeira linha vermelha que não deve ser cruzada” e pede aos EUA que não “interfiram nos assuntos internos da China”.

“Nenhuma Guerra Fria deve ser repetida na Ásia, e nenhuma crise no estilo da Ucrânia deve ser repetida na Ásia.” Disse Qin Gang, em um de seus pronunciamento.

Enquanto os Estados Unidos se aproxima da Ucrânia e envia armas controversas ao país, em meio à guerra que já caminha para um ano e meio de duração, o que não agrada em nada o Governo chinês de Xi Jinping. A China se recusa a condenar a Rússia pelo ataque ao país adversário, e sua crescente parceria com Moscou têm agravado ainda mais suas relações com o Ocidente.

“Por que os EUA falam em respeitar a soberania e a integridade territorial no caso da Ucrânia, mas não respeitam a soberania e a integridade territorial da China na questão de Taiwan? Por que os EUA pedem à China que não forneça armas à Rússia enquanto continuam a vender armas a Taiwan?”, perguntou Qin.

Gang chegou a declarar à margem do Congresso Nacional do Povo, em Pequim, que se os Estados Unidos continuarem avançando, em suas palavras, pelo caminho errado, não importa quantas barreiras sejam colocadas, haverá inevitavelmente conflito e confronto; o que ocasionou, segundo na grande mídia, especulações sobre uma grande tensão política entre as potencias.

“Quanto mais instável o mundo se tornar, mais imperativo é para a China e a Rússia avançarem firmemente com suas relações”, disse ele.

Durante sua gestão como ministro, ele desempenhou um papel importante nas relações sino-americanas, trabalhando para estabilizar os laços e restaurar a comunicação após um período conturbado de tensões.

No entanto, sua ausência despertou curiosidade, especialmente em um período de intensa atividade diplomática em Pequim. Qin teria uma reunião com o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, em Pequim no início deste mês, que foi adiada após a China declarar que as datas estavam “indisponíveis”.

Gang também não compareceu a uma reunião anual de ministros das Relações Exteriores da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN,) na Indonésia, e um outro diplomata assumiu seu lugar na ocasião, declarando apenas que o ministro afastou-se por motivos de saúde.

Com isso, rumores e especulações têm surgido devido à natureza política opaca da China, onde informações sensíveis são frequentemente guardadas a sete chaves, decisões importantes são tomadas a portas fechadas, e também o desaparecimento de parlamentares de alto escalão. Tais desaparecimentos repentinos tornaram-se uma característica comum na campanha anticorrupção de Xi.

 

 

Sobre Nicole Cunha 228 Artigos
Nicole Cunha é jornalista e profissional com uma década de experiência em atendimento e formação em Gestão Comercial. É responsável no GNEWSUSA por informações do meio político e atualidades, com o objetivo de trazer conhecimentos de forma dinâmica e de simples compreensão.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*