Vozes na Câmara: Parlamentares, advogados e familiares expressam inquietações sobre prisões pós-8 de Janeiro

A comissão é presidida pela deputada federal Bia Kicis (PL-DF).| Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados.

Audiência na Câmara abordou denúncias de ilegalidades nas Prisões após 8 de Janeiro

Por Nicole Cunha | GNEWSUSA

 

Durante audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, realizada na quarta-feira (6), familiares e advogados dos detidos nos ataques às sedes dos Poderes, em 8 de janeiro, expressaram preocupações sobre a legalidade das prisões.

 

Contestação sobre legalidade e denúncias ausentes

Wenderson Teles, secretário de Administração Penitenciária do Distrito Federal, negou irregularidades, assegurando que os direitos dos presos e seus advogados são respeitados, apesar da sobrecarga causada pelas prisões decorrentes dos eventos de janeiro.

O DF recebe uma média de 480 custodiados por mês e, com os atos do dia 8/1, recebemos 1.398 pessoas em apenas três dias. Isso aumentou a carga de trabalho, a demanda para os policiais. A única coisa que eu pedia para todos os representantes da OAB que me procuravam era paciência para o atendimento“, afirmou.

Carolina Siebra, advogada da Associação dos Familiares e Vítimas de 8 de Janeiro, questionou a legalidade das detenções, apontando que alguns permanecem presos desde o início do ano sem denúncia formal da Procuradoria-Geral da República (PGR).

 

Críticas à prisão em regime fechado

Rafael de Assis Horn, vice-presidente do Conselho Federal da OAB, criticou a frequência das prisões preventivas ou temporárias, defendendo medidas alternativas como tornozeleiras eletrônicas ou prisões domiciliares para casos menos perigosos.

Foram muito banalizadas as prisões preventivas ou temporárias. A Ordem tem defendido medidas alternativas, como tornozeleiras eletrônicas ou prisões domiciliares para aqueles que não ostentam, até o término do processo judicial, qualquer tipo de periculosidade“, defendeu.

A presidente da comissão, deputada Bia Kicis (PL-DF), lamentou a morte de um dos detidos, Cleriston Pereira, destacando as consequências trágicas e questionando a validade do processo legal.

Mais do que apenas atos de injustiça, de violações à lei, à Constituição e ao devido processo legal, temos uma vítima fatal, que é o Clezão. Pagou o preço mais alto que se pode pagar, com a própria vida” – Bia Kicis.

 

Fonte: Agência Câmara de Notícias
Sobre Nicole Cunha 228 Artigos
Nicole Cunha é jornalista e profissional com uma década de experiência em atendimento e formação em Gestão Comercial. É responsável no GNEWSUSA por informações do meio político e atualidades, com o objetivo de trazer conhecimentos de forma dinâmica e de simples compreensão.

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