
Incêndio destruiu casas, empresas e veículos. Ao menos 66 pessoas precisaram de atendimento médico até o momento.
Por Camila Fernandes | GNEWSUSA
Pelo terceiro dia consecutivo, os bombeiros continuam a lutar contra um incêndio florestal de grandes proporções que ameaça a região metropolitana de Atenas, na Grécia. Nesta terça-feira (13/8), as autoridades aguardam a chegada de reforços de outros países europeus para ajudar a controlar as chamas que têm devastado áreas ao redor da capital grega.
Atendendo a um pedido de ajuda internacional do governo grego, bombeiros, helicópteros, caminhões e aviões de combate ao fogo estão sendo enviados à Grécia pela França, Itália, República Tcheca, Romênia, Sérvia e Turquia. As equipes de socorro devem chegar ao longo do dia para auxiliar no combate ao incêndio mais grave do ano no país.
O fogo, alimentado por ventos fortes, já destruiu casas, empresas e veículos nas imediações de Atenas, obrigando milhares de pessoas a abandonarem suas residências. “Nunca, em um milhão de anos, pensei que um incêndio chegaria aqui”, declarou Sakis Morfis, de 65 anos, ao ver sua residência reduzida a cinzas em Vrilissia, um subúrbio de Atenas. Outro morador lamentou: “Estamos sem roupas, sem dinheiro, tudo queimou dentro de casa”.


Perto de Vrilissia, no município vizinho de Chalandri, o corpo de uma mulher da Moldávia foi encontrado em uma fábrica destruída pelas chamas, sendo a primeira vítima fatal registrada. Segundo o Ministério da Saúde, ao menos 66 pessoas precisaram de atendimento médico, e dois bombeiros foram hospitalizados, um deles em estado grave.
O Observatório Nacional da Grécia prevê que a temperatura em Atenas deve atingir 38 °C ao longo desta terça-feira, com ventos de até 39 km/h, o que complicará ainda mais os esforços de combate ao fogo. “Mais uma vez, as condições não serão fáceis. Teremos vento a partir do meio-dia e cada hora que passa será mais difícil”, alertou Costas Tsigkas, presidente da associação de bombeiros do país, em entrevista ao canal estatal ERT.
Quase 700 bombeiros, equipados com 200 caminhões e nove aeronaves, foram mobilizados para combater o incêndio, que começou no domingo (11/8) no município de Varnavas, a 35 km ao nordeste de Atenas. As chamas, alimentadas pelos ventos, se espalharam rapidamente, queimando uma área de 30 quilômetros, com algumas labaredas superando 25 metros de altura. Pelo menos 10 mil hectares já foram consumidos pelo fogo.

A gestão do incêndio tem gerado críticas ao governo do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, com jornais como Ta Nea e Kathimerini destacando a gravidade da situação e questionando a resposta governamental. A tragédia remete aos incêndios de julho de 2018 em Mati, quando 104 pessoas morreram devido a erros e atrasos nas operações de retirada de moradores.
A Grécia tem enfrentado incêndios quase diariamente durante esta temporada, após um inverno mais quente e os meses de junho e julho mais quentes registrados desde 1960. O primeiro-ministro Mitsotakis interrompeu suas férias em Creta para retornar à capital no domingo, mas ainda não fez declarações públicas sobre o desastre.
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