TRE afirma que 12 candidatos ligadas ao crime organizado foram eleitas em SP

Relatórios revelam envolvimento de vereadores e prefeitos com facção criminosa; TRE-SP encaminha dados ao Ministério Público.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

Relatórios de inteligência enviados ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) revelaram que 12 candidatos eleitos em São Paulo mantêm ligações com o crime organizado. Entre eles, foram identificados 10 vereadores e 2 prefeitos. De acordo com as informações, o envolvimento desses eleitos está relacionado ao financiamento de campanhas por facções criminosas.

Até o momento, o TRE-SP não divulgou os nomes dos envolvidos nem as cidades onde foram eleitos, justificando que a informação permanece sob sigilo. A Corte informou que 70 pessoas com ligações ao crime organizado participaram das eleições deste ano no estado, e destacou que os dados serão remetidos ao Ministério Público para uma investigação mais profunda. “Há elementos para questionar se houve abuso de poder econômico ou gastos ilícitos nessas campanhas”, declarou a Justiça Eleitoral.

Em uma declaração no 18º encontro anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o coronel Pedro Luís de Souza Lopes, chefe do centro de inteligência da Polícia Militar paulista, destacou que a influência da facção PCC (Primeiro Comando da Capital) nas eleições foi expressiva. “Não dá para falar que são 100, 200 municípios, mas tem vários com indícios palpáveis de alguma movimentação importante do tráfico participar como financiador de campanha eleitoral”, afirmou Lopes, apontando para a necessidade de maior vigilância sobre o processo eleitoral.

O Ministério Público de São Paulo indicou que a facção criminosa movimenta aproximadamente R$ 1 bilhão anualmente, sendo o tráfico de cocaína seu principal mecanismo de arrecadação, com redes de distribuição que alcançam principalmente a Europa.

De acordo com a Polícia Civil, os criminosos buscaram se infiltrar nas eleições com candidatos alinhados aos interesses da facção, estratégia conduzida pelo chamado “núcleo político”. Este núcleo seria liderado por João Gabriel de Mello Yamawaki, acusado de integrar um dos maiores esquemas de lavagem de dinheiro ligados ao PCC. A defesa de Yamawaki alega que as acusações são infundadas e faltam provas robustas.

A continuidade das investigações deve esclarecer as possíveis conexões ilícitas e as ações cabíveis, visando resguardar a integridade do processo eleitoral e afastar influências do crime organizado.

Leia mais 

Evento em Brasília discute avanços e desafios da saúde para idosos no Brasil

Santa Catarina reajusta salário mínimo, podendo chegar até R$ 1.844,40

Mais de 29 milhões de votos já foram registrados nas eleições dos EUA

 

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*