
Após Nicolás Maduro se declarar reeleito, número de migrantes venezuelanos aumenta mais de 50% em um dos trajetos mais perigosos do mundo.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O número de venezuelanos cruzando a Selva de Darién, no Panamá, aumentou mais de 50% de agosto para setembro, segundo dados divulgados pela ONG Refugees International na última sexta-feira (11). Essa rota perigosa se tornou a única alternativa para muitos migrantes que buscam refúgio nos Estados Unidos, fugindo da crise crescente na Venezuela após Nicolás Maduro se declarar reeleito nas eleições de 28 de julho.
A situação política na Venezuela se deteriorou ainda mais com a autoproclamação de Maduro como vencedor, apesar das inúmeras alegações de fraude e repressão violenta contra seus opositores. A comunidade internacional, incluindo a União Europeia e pelo menos 12 países das Américas, se recusou a reconhecer essa reeleição. No entanto, o PT, partido do presidente Lula, assinou recentemente uma resolução que defende a vitória do chavista.
A Selva de Darién, localizada entre a Colômbia e o Panamá, é conhecida por ser uma das rotas mais perigosas do mundo, dominada por organizações criminosas que cobram altas taxas para permitir a passagem. Migrantes enfrentam riscos constantes de roubos, sequestros, agressões sexuais e até assassinatos durante a travessia. De janeiro a 7 de outubro de 2024, 277.939 pessoas tentaram atravessar essa região, e, apesar do aumento em setembro, o número total representa uma queda de 36% em comparação com o mesmo período de 2023.
Dentre os migrantes que passaram por essa rota em setembro, mais de 80% eram venezuelanos, todos fugindo de um país mergulhado em uma crise política e econômica. Essa situação tem forçado milhares a arriscar suas vidas em busca de um futuro melhor, longe do regime de Maduro.
Com o aumento da migração, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, afirmou que pretende intensificar as medidas para conter o fluxo de migrantes, incluindo o possível fechamento de algumas rotas na Selva de Darién. Enquanto isso, os venezuelanos seguem tentando encontrar uma saída para a crise que se agravou com a autodeclaração de reeleição de Nicolás Maduro.
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