Após denúncia anônima, PM de São Paulo localiza arsenal ligado à morte de empresário jurado de morte pela facção; corregedorias das polícias Civil e Militar acompanham o caso.
Por Ana Raquel |Gnewsusa
Na noite deste sábado 9 de novembro, a Polícia Militar de São Paulo encontrou as armas usadas na execução do empresário Antônio Vinicius Gritzbach, vinculado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime ocorreu na última sexta-feira 8 de novembro, no saguão do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A localização das armas foi possível graças a uma denúncia anônima informando a presença de uma bolsa com armamentos na Rua Guilherme Lino dos Santos, próxima ao aeroporto, no bairro Vila Nossa Senhora de Fátima.
Equipes da PM chegaram ao local indicado e encontraram uma mala com um fuzil AK-47 calibre 7,62, uma pistola 9mm, carregadores e munições. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), os materiais foram encaminhados ao 1º Distrito Policial de Guarulhos, onde está em andamento uma investigação para identificar os responsáveis pelo arsenal e apurar se as armas foram efetivamente utilizadas na execução de Gritzbach.
O ataque ocorreu na tarde de sexta-feira, quando dois homens desceram de um veículo preto e abriram fogo contra Gritzbach, que estava saindo do Terminal 2 do aeroporto. Três pessoas foram feridas no atentado, e Gritzbach não resistiu aos ferimentos. O empresário era considerado uma figura importante dentro do PCC e, segundo a investigação, estava envolvido na morte do traficante Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, morto em 2021. Aparentemente, Gritzbach havia se tornado um alvo dentro da facção, o que levou à execução.
Antes de ser morto, Gritzbach já havia sido alvo de uma tentativa de assassinato no dia de Natal de 2022. Na época, ele estava em seu apartamento no Jardim Anália Franco, na zona leste de São Paulo, e foi atingido por disparos enquanto tirava uma foto da lua da janela.
Após a execução, o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) apreendeu o veículo dos atiradores e outros dois carros da escolta de Gritzbach, além de recolher os celulares dos integrantes da equipe de segurança e da namorada da vítima para perícia. Os policiais da escolta, que pertenciam à PM, foram afastados de suas funções operacionais e convocados a prestar depoimento à Polícia Civil e à Corregedoria da PM, que investiga possíveis falhas ou omissões na segurança do empresário.
A SSP também informou que a Corregedoria das polícias Civil e Militar está ativamente envolvida no caso, investigando possíveis ligações entre agentes de segurança e o crime, além de avaliar se houve facilitação para a ação dos criminosos. A namorada de Gritzbach, que estava presente no momento do atentado, foi ouvida pela polícia, assim como os seguranças que atuavam na escolta.
Segundo fontes ligadas à investigação, a execução de Gritzbach pode estar relacionada ao papel que ele ocupava dentro do PCC e à sua participação em disputas internas. Preso anteriormente, ele havia deixado a prisão em 2023, após iniciar uma negociação de delação premiada, o que gerou insatisfações dentro da facção. Além disso, fontes apontam que a morte do empresário permitiria uma reorganização das lideranças e beneficiaria financeiramente outros membros da facção.
A Polícia Civil prossegue com as investigações para identificar os executores do crime e confirmar a ligação das armas apreendidas com o assassinato. Enquanto isso, as corregedorias das polícias Civil e Militar buscam esclarecer o possível envolvimento dos agentes de segurança e da escolta do empresário.
Leia mais
Torturas e internações forçadas expõem repressão brutal contra manifestantes no Irã
Seguro de Vida: a proteção financeira essencial para imigrantes brasileiros nos EUA
Governador Caiado exige resposta federal ao crime no aeroporto de Guarulhos


Faça um comentário