
Lançamento de míssil intercontinental reacende tensões enquanto Seul e Washington criticam Pyongyang por apoio militar à Rússia.
Por Gilvania Alves |GNEWSUSA
A Coreia do Norte realizou, na manhã da última quinta-feira (31), o lançamento de um dos seus mísseis mais potentes em direção ao Mar do Leste (também conhecido como Mar do Japão), conforme relatou o Exército sul-coreano. Este é o primeiro teste armamentista desde que a Coreia do Sul denunciou que Pyongyang estaria enviando tropas para auxiliar a Rússia em um possível conflito na Ucrânia.
“Nosso Exército detectou um lançamento de míssil balístico da área de Pyongyang para o Mar do Leste aproximadamente às 07h10 de hoje [19h10 da quarta em Brasília]”, informou o Estado-Maior Conjunto sul-coreano (EMC). Em comunicado, as autoridades militares ressaltaram que “presume-se que o míssil balístico seja um projétil de longo alcance lançado a um ângulo elevado”. Essa prática comum da Coreia do Norte evita que seus mísseis sobrevoem países vizinhos, embora o teste mantenha uma forte mensagem de poderio militar.
O ministro da Defesa do Japão, Gen Nakatani, confirmou que o míssil faz parte da “categoria de míssil balístico intercontinental”, ressaltando o alcance inédito do projétil. “Foi o tempo de voo mais longo de qualquer míssil até agora”, afirmou Nakatani, detalhando que o dispositivo percorreu cerca de 1.000 km e atingiu uma altitude impressionante de 7.000 km.
O contexto do lançamento acontece em meio a apelos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul para que a Coreia do Norte retire seus supostos contingentes militares enviados à Rússia. Washington afirma que aproximadamente 10 mil soldados norte-coreanos teriam sido destacados para possíveis operações em território ucraniano.
Para o analista Yang Moo-jin, presidente da Universidade de Estudos Norte-Coreanos de Seul, o movimento de Pyongyang não é acidental. “O míssil desta quinta-feira parece ter sido lançado para desviar a atenção das críticas internacionais ao envio de tropas” à Rússia, avalia o pesquisador, em referência à postura crescente de isolamento e confrontação do regime norte-coreano.
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