
Nova fase da moeda digital do Banco Central reacende debate sobre riscos à privacidade.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
O Banco Central do Brasil avança para a segunda etapa de testes do Drex, sob críticas crescentes de especialistas sobre os possíveis impactos negativos do projeto. Apesar do otimismo institucional, dúvidas quanto à segurança, privacidade e inclusão financeira ganham destaque, revelando um cenário de incertezas.
Privacidade em risco
Um dos principais pontos de preocupação está na ausência de mecanismos robustos para proteger a privacidade dos cidadãos.
Por ser uma moeda digital centralizada, o Drex permite o monitoramento de todas as transações em tempo real, vinculando-as diretamente à identidade dos usuários. Especialistas alertam que essa característica pode comprometer a liberdade financeira dos brasileiros.
Exclusão digital e desigualdade
Outro problema apontado é o risco de exclusão de milhões de brasileiros que ainda dependem do dinheiro físico para suas transações diárias, caso futuramente o dinheiro fisico seja extinto. Especialistas destacam que uma transição forçada para o ambiente digital pode aprofundar desigualdades econômicas já existentes.
Vigilância e controle social
Além disso, críticos levantam a possibilidade de que a centralização do sistema no Banco Central abra margem para abusos.
Medidas como congelamento de ativos ou restrições de compra podem ser implementadas com rapidez, sem necessidade de mediação judicial, o que levanta sérias preocupações sobre controle estatal excessivo.
Interesses corporativos
Enquanto grandes bancos como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil se preparam para explorar as novas funcionalidades do Drex, como tokenização de ativos e crédito colateralizado, há quem questione se o projeto servirá mais aos interesses dessas instituições do que à população em geral.
Debate necessário
Com a divulgação do relatório com a segunda fase prevista apenas para meados de 2025, o Banco Central ainda enfrenta o desafio de convencer a sociedade de que o Drex trará mais benefícios do que riscos. Enquanto isso, o debate sobre a falta de privacidade e os possíveis danos sociais promete intensificar-se, refletindo as tensões de um país que se encontra na encruzilhada da inovação financeira e dos direitos civis.
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