Imigração: brasilienses enfrentam dificuldades após retenção no aeroporto da Guatemala

Foto: reprodução
Brasileiros relatam más condições em alojamento improvisado e buscam apoio para retorno ao país.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA

Dois moradores de Brasília estão detidos há quatro dias no Aeroporto Internacional La Aurora, na Guatemala, após serem impedidos de entrar no país. A situação dos brasileiros, que compartilham um espaço precário com cerca de 20 outros imigrantes, tem preocupado familiares e levantado questões sobre o suporte consular. Lucas Alves Rodrigues, estudante e um dos retidos, descreve o alojamento como insalubre e sem estrutura.

“É um alojamento totalmente improvisado, a gente não tem estrutura de nada aqui e é tudo sujo, tem barata no local, os colchonetes são sujos. A gente só tem acesso ao banheiro pra tomar banho […]. Tem criança bebê aqui”, conta Lucas.

A tentativa de obter auxílio junto ao consulado brasileiro na Guatemala e à companhia aérea Copa Airlines não teve sucesso até o momento. Segundo Lucas, as autoridades locais indicam que a responsabilidade de garantir o retorno ao Brasil é da companhia aérea, enquanto a Copa Airlines não apresenta informações concretas.

“O povo da imigração fala que a responsabilidade de levar a gente de volta para o Brasil é da companhia aérea, o consulado brasileiro também fala que a responsabilidade é da companhia aérea […]. A gente liga para a companhia aérea lá do Brasil, porém a companhia não tem as informações necessárias, né? Porque é outro guichê, é diferente”, relata Lucas.

Nas redes sociais, Lucas tem publicado vídeos para expor a situação e pedir ajuda. Ele e sua família continuam buscando soluções para que ele e o outro brasileiro possam deixar o país.

Família recorre ao Itamaraty

Os pais de Lucas também tentaram intervir, entrando em contato com o Ministério das Relações Exteriores. Contudo, até a tarde de segunda-feira (18), não haviam recebido um retorno concreto.

“Nós não tivemos nenhuma resposta. Nós não podemos nem subir no prédio para falar com as autoridades”, lamenta Kátia Alves, mãe do estudante.

A Embaixada do Brasil na Cidade da Guatemala informou, por nota, que está ciente do caso desde o último sábado e que tem mantido contato com os brasileiros para prestar assistência consular, além de dialogar com as autoridades guatemaltecas.

Apesar disso, a saída de Lucas do país depende de autorização da imigração local. Segundo sua mãe, a família já tentou adquirir uma passagem de retorno ao Brasil, mas enfrenta dificuldades burocráticas.A gente não está preocupado com a viagem que perdeu, não é com nada disso. É com a saúde mental deles, com a minha saúde mental, porque está todo mundo nervoso na família, os amigos. Todo mundo envolvido para trazê-los de volta. Não vai ficar no país? Beleza, a gente respeita, mas que devolva os nossos filhos”, desabafa.

Enquanto aguardam uma solução, os brasileiros seguem no alojamento improvisado, à espera de uma definição que permita seu retorno ao Brasil.

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