Estratégias para entender, apoiar e promover mudanças positivas no comportamento.
Por Paloma de Sá|GNEWSUSA
A agressão física em crianças com autismo pode ser um desafio, mas é importante entender que, muitas vezes, esse comportamento surge como uma forma de comunicação diante de dificuldades para expressar emoções, necessidades ou frustrações. Com paciência, estratégias adequadas e apoio profissional, é possível ajudar a criança a substituir comportamentos agressivos por formas mais saudáveis de lidar com suas emoções. Aqui estão algumas orientações práticas:
1. Identificar as causas do comportamento agressivo
- Avaliar gatilhos: Observe os momentos em que a agressão ocorre. Pode estar relacionada a estímulos sensoriais (luzes, sons, texturas), frustrações, dificuldades de comunicação ou mudanças na rotina.
- Verificar necessidades: Certifique-se de que a criança não esteja tentando expressar dor, desconforto físico ou uma necessidade básica não atendida, como fome, sede ou cansaço.
2. Criar um ambiente calmo e previsível
- Reduzir estímulos sensoriais: Muitos autistas são sensíveis a estímulos. Proporcione um espaço tranquilo e adaptado às necessidades sensoriais da criança.
- Manter rotina estável: Crianças com autismo se sentem mais seguras com uma rotina estruturada. Evite mudanças repentinas e avise previamente sobre alterações.
3. Ensinar habilidades de comunicação
- Usar sistemas alternativos: Ferramentas como o PECS (Sistema de Comunicação por Troca de Figuras) ou dispositivos de comunicação podem ajudar crianças não verbais ou com dificuldades de fala a expressarem suas necessidades.
- Estimular palavras ou gestos simples: Ensine a criança a usar palavras, sinais ou gestos para comunicar emoções, como “estou bravo” ou “não quero”.
4. Modelar e reforçar comportamentos positivos
- Ensinar respostas alternativas: Mostre formas adequadas de lidar com situações frustrantes, como pedir ajuda ou se afastar.
- Reforço positivo: Sempre que a criança usar uma forma não agressiva de se expressar, elogie e recompense imediatamente.
5. Ensinar habilidades de autorregulação
- Estratégias de autocontrole: Ensine técnicas simples como respirar fundo, contar até 10 ou usar brinquedos calmantes, como bolas antiestresse.
- Criar um “espaço de calma”: Um local onde a criança possa ir quando estiver se sentindo sobrecarregada, com objetos que a ajudem a relaxar.
6. Buscar apoio profissional
- Terapia comportamental: A ABA (Análise do Comportamento Aplicada) pode ser extremamente eficaz para ajudar crianças com autismo a aprenderem comportamentos mais funcionais.
- Terapia ocupacional: Ajuda a lidar com dificuldades sensoriais que podem estar contribuindo para a agressão.
- Acompanhamento médico: Se necessário, consulte um especialista para avaliar condições subjacentes, como ansiedade ou alterações neurológicas, que podem influenciar o comportamento.
7. Envolver a família e a escola
- Treinamento parental: Participar de programas de capacitação pode ajudar a entender melhor as necessidades da criança e como lidar com situações desafiadoras.
- Comunicação com a escola: Trabalhe junto com os professores e outros profissionais para garantir que as estratégias aplicadas em casa também sejam utilizadas no ambiente escolar.
8. Manter a calma e a empatia
- Evitar punições severas: Repreensões duras podem aumentar a frustração e dificultar o aprendizado. Mantenha a calma e concentre-se em soluções.
- Compreender a perspectiva da criança: Lembre-se de que a agressão geralmente não é intencional, mas uma tentativa de lidar com desafios que ela não sabe expressar.
Com o tempo e o suporte certo, a criança pode aprender maneiras mais eficazes de se comunicar e lidar com suas emoções, reduzindo episódios de agressão.
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Parabéns, Paloma! Mais uma matéria de suma importância para ajudar a família a lidar com esses tipos de comportamentos.
Sempre bom saber mais ☺️👏