Israel envia aviões para resgatar torcedores após confrontos em jogo contra o Ajax em Amsterdã

Foto: Reprodução.
Tensões entre torcidas de Ajax e Maccabi Tel Aviv resultam em 62 prisões e cinco feridos; autoridades holandesas reforçam segurança e investigam motivação antissemitista.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

Israel enviou aviões comerciais à Holanda nesta sexta-feira (8) para resgatar cidadãos que estavam no país para uma partida de futebol após uma série de confrontos em Amsterdã entre torcedores israelenses e locais. Classificados como atos antissemitas pelas autoridades, os incidentes resultaram em 62 prisões e cinco feridos, segundo a polícia holandesa.

Os tumultos ocorreram no centro da capital após o Ajax vencer o Maccabi Tel Aviv na Liga Europa, na noite de quinta-feira (7). Desde a década de 1990, Israel compete em torneios organizados pela Uefa, após sua exclusão da Confederação Asiática de Futebol (AFC) nos anos 1970. Vídeos mostram a polícia intervindo em brigas, onde alguns agressores gritaram insultos anti-israelenses. Em uma das gravações verificadas pela Reuters, um grupo de homens foi flagrado perseguindo e atacando torcedores nas proximidades da estação central de Amsterdã.

Outro vídeo mostrou torcedores do Maccabi entoando cânticos como “deixe as IDF vencerem, vamos ferrar os árabes”, em referência ao exército israelense, enquanto acendiam sinalizadores. Durante o dia, aproximadamente cem torcedores israelenses haviam se reunido na Praça Dam, cercados por um grande efetivo policial antes de seguirem ao estádio Johan Cruyff, onde uma manifestação pró-Palestina foi deslocada para evitar confrontos diretos.

A polícia relatou que, apesar dos esforços de segurança, manifestantes tentaram se aproximar do estádio e que, posteriormente, os torcedores israelenses deixaram o local sem incidentes, mas novos confrontos irromperam no centro da cidade.

A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, informou que torcedores israelenses foram atacados com fogos de artifício e xingamentos, exigindo a intervenção da polícia para escoltá-los em segurança. Esses episódios acontecem em um momento delicado para a comunidade judaica, coincidindo com o aniversário da Noite dos Cristais, um marco dos ataques nazistas contra judeus em 1938. Representantes da comunidade judaica alertaram para o aumento de incidentes antissemitas na Holanda desde o início do conflito na Faixa de Gaza, que já resultou em mais de 43 mil mortos e 102 mil feridos, segundo dados do Hamas.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, qualificou os ataques como “horrendos e premeditados” e anunciou o envio de aviões para repatriar os cidadãos. Já o premiê holandês, Dick Schoof, expressou indignação e prometeu identificar e punir os responsáveis, reafirmando a Netanyahu que ações contra os agressores serão tomadas.

O presidente de Israel, Isaac Herzog, declarou ter conversado com o rei Willem-Alexander, que expressou horror com o ocorrido, relembrando o papel da Holanda durante a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também repudiou os ataques, afirmando que “o antissemitismo não tem lugar na Europa”. Em outra manifestação, o comissário da OEA para monitoramento do antissemitismo, Fernando Lottenberg, afirmou que as cenas lembram a Noite dos Cristais e exigem punição exemplar.

A ONU classificou a violência em Amsterdã como “muito preocupante”, e o político holandês Geert Wilders, conhecido por sua postura antimuçulmana, culpou imigrantes muçulmanos pelos ataques, defendendo deportações.

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